quinta-feira, 28 de abril de 2016

::: ADJA na Umbanda e Candomblé

28/04/16

Adjá, Ajá, Ààja, Adjarin, palavra do dialeto yoruba e Trigan no dialeto kimbundo/bantu, designam um instrumento folclórico afro-brasileiro, ideofônico tendo o formato de câmpula podendo ser simples, dupla ou tripla. Também conhecido como campa ou sineta, pode ser confeccionado em latão, aço, dourado ou prata e cobre. É sagrado às religiões de matriz africanas e é consagrado ao orixá da casa ou do dirigente espiritual. 

Cada orixá possue seu metal. O prata é consagrado à Oxalá, Obaluaiê e Iemanjá. O dourado à Oxum, Oxumaré e Oxossi. O cobre à Xangô, Oyá e Obá. 



O número de câmpula também designa a qual orixá  pertence, como:
- para chamar Exú 01 câmpula;
-para orixás masculinos 02 câmpulas;
- 03 para todos os orixás utilizado pelo babalorixá;
- 04 para todos os orixás utilizado pelas yalorixás e ekedis;

Na Umbanda e Candomblé este instrumento é um propagador de energia utilizado em vários momentos:

 - no desenvolvimento mediúnico = utilizado para aproximar a entidade ou orixá, onde ocorre o desligamento parcial ou total do Eu consciente para a concentração para o Eu espiritual.
- nas oferendas, fundamentos e amacis = Serve para pedir Agô (licença), chamar o mensageiro/ orixá e concentrar a energia.
- para abençoar os filhos;
- para limpeza e energização do gongá.

Na Bahia (Candomblé), também é conhecido como Xere e em Pernambuco, no Xangô, além de invocar os orixás é utilizado para chamar os crentes para o ritual, acompanhar as danças e atabaques, também para saudar e concentrar a energia; e durante a dança com a ekedi o som serve para guiar o orixá. 


O adja em seu processo de imantação recebe o "poder" de quando tocado acima da cabeça de um filho (médium) provocar o transe, pois de Exú à Oxalá, todos respondem ao chamado deste instrumento litúrgico. 

Visto a sua importância, na Umbanda só pode ser utilizado pelo dirigente espiritual ou alguém preparado e de sua confiança. 


No Candomblé não podem ser manuseados pelos yawos ou muzenzas ou menores de 7 anos e os não iniciados na religião. O iniciado não autorizado ao manuseá-lo imediatamente é tomado pelo seu santo, pois desde de seu primeiro bori até sua iniciação o reconhece como um chamado. Aos 7 anos e quando recebe o direito do manuseio, o seu santo é chamado para a "quebra de quizila" reconhecendo assim o novo direito do seu filho.



Fonte:-
- Texto de Davi P. Bucheb;
- Tatetu Nkisi Odemutaloio (Sérgio Silveira);
- Enciclopédia da Música Brasileira.



* por Mãe Dinah D'Iansã



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