segunda-feira, 14 de julho de 2014

::: A origem do nome CANDOMBLÉ


14/07/14

“KA NZO NDOMBE”!!!
“KA NDOMBE”!!!
“CANDOMBLÉ”!!!

   A origem do nome “CANDOMBLÉ”    


Primeiramente temos compreender o motivo que fez com que essa expressão fosse escolhida para denominar a Religião dos Deuses Africanos no Brasil sendo essa denominação desconhecida em terras yorùbá. Vale salientar que esse termo surgiu na Bahia, sendo que em outros Estados, o “Candomblé” originalmente recebeu outras denominações. Exemplificamos com o “Xangô” (Recife) ou Batuque (Rio Grande do Sul).

Há algumas teorias para a etimologia do termo “Candomblé”. Para nós, o que parece fundamentalmente plausível é que a expressão seja a corruptela de uma frase do idioma Kimbundo, falado em Angola por milhões de pessoas. A frase seria: “Ka Nzo Ndombe”.

“Ka Nzo Ndombe” significa em Kimbundo “Pequena Casa de Negros” ou “Pequena Casa de Nativos”. O “Ka” é utilizado como diminutivo. “Nzo” significa “Casa” (vide o nome de diversos Terreiros de origem Angola, que carregam em seus nomes a palavra “Nzo”) e por fim, “Ndombe” (Negro/Nativo).

Assim, acreditamos que o “Ka Nzo Ndombe” tornou-se “Ka Ndombe”, até popularizar-se como conhecemos e falamos hoje “Candomblé”.

Desse modo, não é difícil imaginar um grupo de negros provindos de Angola, dizer: “Vamos ao Ka Nzo Ndombe”. Afinal, eles deixaram como herança para o português do Brasil, uma infinidade de termos e expressões que tem na sua origem, o Kimbundo. Exemplificamos: “Marimbondo”, “Quitanda” (Kitanda), “Farofa” (Falofa) e tantas outras palavras.

Também não é difícil de imaginar, que nos primórdios do Candomblé na Bahia, os lugares de louvação aos Deuses Africanos fossem casebres em lugares distantes do comércio, onde se agrupavam os negros nativos, ou seja, “Ka Nzo Ndombe” (Pequena Casa de Negros/Nativos).

Mas fica a questão da razão da utilização de um termo Kimbundo para nomear uma religião, não somente dos negros de Angola, mas Yoruba, Dahome (Jeji), Egba, etc. Sobre isso, é importante destacar que no Brasil, originou-se um fenômeno de irmandade e de laços étnico-religiosos que no continente africano, a princípio era inexistente. Inexistente por questões como a distância física entre Angola e Nigéria (mais de 2 mil quilômetros), bem como, as disputas territoriais entre Nigéria e Dahome (Benin). Esse conglomerado religioso e de respeito mútuo emergente no Brasil, dificilmente pode ser imaginado no continente africano.

Isso é, sem dúvidas, um aspecto cultural que nos diferencia. Esse respeito e ligação entre os povos são identificados igualmente em alguns cânticos. Basta observar, como exemplo, aquele que se tornou um hino no Brasil para as casas de origem Yorùbá, que diz que os Filhos do Alaketu (Rei de Ketu) devem-se abraçar (...Omo Alaketu Famora...)

Essa união ora edificada pelos negros religiosos que aqui se estabeleceram responde a questão do surgimento do termo “Candomblé”, bem como, sua utilização por povos distintos à origem Angola. Mas se a expressão “Candomblé” nasceu no Brasil, qual então é o nome para a religião dos Òrìsàs em terra yorùbá? No ventre da nossa cultura, a Religião dos Òrìsàs é conhecida como “Isese Lagba” (Ixéxé Lagba) ou ainda como “Esin Ibile Yoruba”. 


Fonte:
** Casa de Oxumaré - Ilê Oxumarê - Tradição ancestral com Compromisso social
** Imagem internet






domingo, 13 de julho de 2014

::: Registro de Nomes Africanos

13/07/14



Há 22 anos, nascia a primeira filha do compositor, arte-educador e poeta Guellwaar Adún. Conhecedor  da cultura africana e tendo o candomblé como religião, Guellwaar desejava que o nome da sua filha correspondesse aos valores e crenças dele e da mãe da menina. Decidiram, então, que a criança se chamaria Kemi, nome comum na África e que significa “abençoada”.

Na época, ao tentar registrar a filha, Guellwaar esbarrou em um problema que ainda
permanece nos dias atuais: a dificuldade de registrar filhos com nomes africanos.Esteve em três cartórios e, em todos, não só os oficiais de registro se recusaram a registrar a criança, como também tentaram convencê-lo de que seria melhor optar por um nome mais “comum”.

“Foi algo constrangedor. Tentava explicar que não tinha escolhido esse nome porque o achava bonito, mas porque tinha a ver com a história da minha família, com meus ancestrais, mas foi bem difícil”, afirma. Há menos de 4 anos, se viu obrigado a passar pela mesma situação. Foi quando nasceu a sua segunda filha, fruto do seu atual relacionamento. Dessa vez, o nome escolhido foi Ominirê, que significa “água da sorte” em iorubá.

Foi ao cartório e ouviu da oficial que o registro não seria possível. “Ela pegou um livro antigo de nomes  brasileiros e disse que Ominirê não existia na lista. Expliquei que este era o nome de reis e doutores africanos, que bastava ver na internet, mas ela disse que não tinha como acessar”.

Guellwaar teve que ameaçar chamar seus colegas do movimento negro para ter, enfim, o seu pedido atendido. “O que leva um oficial a permitir o registro de nomes católicos como Bento e Pedro, por exemplo, ou de nomes franceses e ingleses e a criar problemas com os nomes de orixás e africanos?”, questiona o compositor. É o que também pensa babá Farofim (Eldon Araújo Lage), babalorixá do terreiro Ilê Axé Fará Ayó Aladê Ologum Edé, localizado na Estrada Velha do Aeroporto. Até hoje, ele não consegue entender o que levou o oficial do cartório em que registrou a sua filha, Sophia Adeloyá, de 3 anos, a aceitar de forma tranquila o nome grego e a criar barreiras com o nome africano.

“Adeloyá significa ‘pessoa que carrega a coroa de Iansã’. Minha filha nasceu no dia 4 de dezembro, dia de Iansã. Além de ter tudo a ver com a nossa história e cultura, existe uma razão para a escolha desse nome, mas eles ignoram. No final, tive que registrá-la como Sophia Adeloya, sem o uso do acento porque eles disseram que o nome teria que seguir o padrão gramatical utilizado no Brasil”, explica babá Farofim.

  Origem  

Mãe do garoto Yombo Mbiya, 8, e da menina Nzeba Bilonda, 6, a professora de antropologia Taynar Pereira teve mais sorte no momento de registrar os filhos, segundo ela, por uma razão: o pai deles tem origem africana. “Com certeza, isso facilitou. No caso de Nzeba houve uma certa resistência, mas bastou meu ex-marido apresentar os documentos e mostrar como se escrevia para que o oficial fizesse o registro”, conta. Para a antropóloga, colocar nomes africanos nos seus filhos é uma forma de reconstruir a imagem do negro na sociedade.

“Acredito que essa resistência existe porque o que é atribuído ao negro ainda é visto como algo negativo. O nome que a gente escolhe para as nossas crianças é justamente uma forma de desconstruir essa negação e de reafirmar a nossa história e identidade”.

  Conheça mais sobre o assunto A Lei  

- De acordo com a Lei Federal n° 6.015 de 1973,  o oficial de registro civil deve recusar prenomes que exponham a pessoa ao ridículo ou que possam causar constrangimento  e problemas sociais Recusa - Caso o oficial não efetue o registro, cabe aos pais inconformados com a recusa submeter o caso, por escrito, ao juiz competente para que ele possa julgue o caso. Não há tempo determinado para o julgamento Critérios  - O argumento utilizado pelos pais está entre os critérios para a avaliação do nome. Quando foge ao usual, é solicitado que o responsável informe a sua origem e que justifique a escolha Gramática - Os oficiais normalmente orientam os pais ou responsável para que a grafia, especialmente a acentuação, esteja de acordo com as normas gramaticais vigentes Mudança do nome  - Caso a criança não goste ou se sinta constrangida com o nome que lhe foi atribuído, é possível fazer a alteração do prenome no primeiro ano após ser atingida a maioridade civil, entre os 18 e os 19 anos. Depois disso, só casos específicos estabelecidos em lei Documentos  - Para alterar o prenome (exceto se houver um claro erro de grafia) é preciso convencer um juiz de que ele realmente provoca transtornos e que a mudança não trará prejuízos a ninguém. Além disso, a pessoa terá que substituir todos os seus documentos, além daqueles em comum com filhos e marido/esposa. 




quinta-feira, 10 de julho de 2014

::: Bonecas Negras x Barbie


Taofik Okoya cria bonecas negras para combater preconceito e vendem mais que Barbie


“Meu objetivo é mudar a realidade de milhares de crianças com brinquedos próximos de sua realidade”, disse o empresário Taofik Okoya, deixou o cargo de diretor da empresa de seu pai na África para abrir uma empresa de bonecas. 

A ideia surgiu quando ele precisou comprar uma boneca para sua sobrinha e percebeu que no mercado só haviam bonecas brancas e muito caras. Okoya então resolveu fazer algo importante pelas garotas africanas. Ele criou o projeto ‘Queens of Africa’ (Rainhas da África), uma série de bonecas negras, inspiradas em em grandes mulheres da história africana.


“Meu objetivo é mudar a realidade de milhares de crianças com brinquedos próximos de sua realidade”, disse o empresário. Com a maior população de crianças negras no mundo, as bonecas de Okoya atualmente são mais vendidas que as Barbie, na Nigéria, o que mostra um grande avanço cultural, pois muitas famílias tinham resistência a comprar bonecas, por considerá-lo um brinquedo elitista.



** Fonte: Geledes.org.br
10/07/14







 

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