quinta-feira, 27 de março de 2014

::: Centenário Joãozinho da GOMÉIA - I



27 de Março de 2014 


  PARTE I - Quem foi Joãozinho da GOMÉIA  

GOMÉIA - Tata Londirá 


Tata Londira - Rei do Candomblé


João Alves de Torres Filho ou Joãozinho da Goméia, também conhecido por Tata Londirá, era sacerdote do Candomblé de caboclo (Angola), nasceu em 27 de Março de 1914, na Bahia e morreu em 19 de Março de 1971 em São Paulo.

Foi pela cabeça que os orixás trouxeram o menino João Alves Torres Filho para o mundo do candomblé. Aos 10 anos, o garoto nascido em 1914, na cidade de Inhambupe em Salvador, já havia dado mostras de sua personalidade forte. Contra a vontade dos pais, deixou a casa da família para tentar a sorte na capital. Teve que se virar para sobreviver, mas contou com o apoio de uma senhora que morava na Liberdade, e que ele considerava sua madrinha. Foi essa senhora quem teve a idéia de levá-lo ao terreiro de Severiano Manuel de Abreu, conhecido como Jubiabá. Joãozinho sofria de fortes dores de cabeça, que não eram explicadas, nem curadas pelos médicos. Bastou que ele fosse "feito" no candomblé, para que as dores fossem embora. Elas seriam somente um aviso dos orixás, que cobravam a iniciação do menino.


Jovem Pai-de-Santo

Dona Maria José foi uma das primeiras filhas-de-santo do jovem Joãozinho da Goméia. Ele mal havia saído da adolescência quando fundou seu primeiro terreiro, num lugar chamado Ladeira de Pedra, no auge da repressão oficial aos terreiros de candomblé. "A polícia perseguia ele, mas tinha o doutor Matos, um delegado que protegia", lembra dona Maria José. Mais tarde, Joãozinho conseguiu arrendar um terreno na Rua da Goméia, em São Caetano, Bahia.
Naquele local, que ficaria incorporado para sempre ao seu nome, ele trilhou os primeiros passos da fama. Ao mesmo tempo, o jovem pai-de-santo começava a formar sua numerosa prole, iniciando muitos "filhos". Dona Maria José, por exemplo, fez parte de um "barco" de 19 pessoas iniciadas por Joãozinho. É uma façanha lembrada até hoje, porque iniciar tanta gente de uma vez não é para qualquer um.
Por essas e outras características, Joãozinho da Goméia chamava a atenção de pesquisadores famosos da época, como o baiano Edison Carneiro e a americana Ruth Landes, ganhando prestígio rapidamente e despertando polêmicas. Era um homem jovem, numa cultura religiosa dominada por velhas senhoras. Aos 21 anos, ele tinha seu próprio terreiro e havia formado várias filhas-de-santo, a maioria bem mais velha do que ele.


Essa ascensão precoce não era bem-vista no mundo do candomblé, onde a idade avançada é considerada um atributo importante para a escolha dos sacerdotes - e a própria Menininha do Gantois sofreu resistências por causa disso, quando assumiu a chefia do seu terreiro, aos 26 anos de idade. Além disso, Joãozinho batia candomblé da nação Angola, numa cidade em que predominava a cultura jeje-nagô. E ainda incorporava uma entidade com nítida influência indígena: o caboclo Pedra Preta.


O fato é que Joãozinho conseguiu fundar a sua "Goméia do Rio", em Duque de Caxias. "Desde sua chegada ao Rio de Janeiro, Joãozinho foi um verdadeiro promoter do candomblé. Suas atividades religiosas, como as festas de seus orixás, eram muito divulgadas na imprensa, que o promovia ao mesmo tempo em que fazia da Goméia um espaço de encontro não somente para as pessoas do povo-de-santo, mas para os diferentes segmentos sociais que passavam a ler e ter informações sobre o candomblé".



Joãozinho da Goméia possuia laços de amizade e clientes influentes da sociedade carioca; "Conta-se que a sogra de Juscelino (Kubitschek) era ligada a ele", observa Cristiano Henrique. Esperto, o pai-de-santo não negava, nem confirmava, essas relações. Mais do que ninguém, ele sabia da importância do sigilo no seu trabalho.João da Goméia além de um excelente costureiro, era também um excepcional bailarino e recebeu diversas homenagens do meio artistico como a de Baden Powell e Vinícius de Moraes que dedicaram um samba ao caboclo dele seu "Pedra-Preta". 


Mesmo os babalorixás (pais-de-santo) e ialorixás (mães-de-santo) que não simpatizavam com a sua figura, porém, têm hoje que reconhecer: Joãozinho da Goméia foi o grande responsável pela expansão do candomblé no Sudeste do país, a partir da década de 1950. Ele formou milhares de filhos-de-santo, que criaram novos terreiros em São Paulo e no Rio de Janeiro. Essas casas de candomblé apresentam-se orgulhosamente, ainda hoje, como fazendo parte do "modelo Goméia", ou da "raiz Goméia". A verdadeira Goméia, porém, não existe mais. Depois da morte de Joãozinho, em 1971, tanto o terreiro baiano, no bairro de São Caetano, como o terreiro fluminense, de Duque de Caxias, foram extintos.

Leia também: CENTENÁRIOS NEGROS - Joãozinho da Goméia - part.2



Fonte: 

- Imagens da internet

- Candomblé Agora é Angola - Ivete Miranda Previtalli
- Depoimento de Nengua dia Nkisi Dango
* Páginas da web: 
- Candomblé Angola Bantu - Yanavizala
- Cultura Bantu Afro Brasileira - Tata Kitalehoxi
- Fundação Palmares
- Wikipédia.org










::: Centenário Joãozinho da Goméia - II



 
27 de Março de 2014


  PARTE II -  A Origem da palavra GOMÉIA  


O Candomblé da Goméia foi instalado na rua Goméia, o que originou o nome de, Joãozinho da Goméia. 
Já a origem do nome da rua, se tem relatos, ser de origem entre, os Dahomeyanos e Angoleiros, supostamente na epoca da escravidão na Bahia. 

Origem Dahomeana:

Uma dessas versões é utilizada pelo antropologo Waldeloir Rego, que diz sobre a origem da palavra Goméia: “Por outro lado, os africanos quando aqui chegaram e foram se libertando, acomodavam-se em determinados locais, unindo-se por etnias. Deste modo, no local hoje chamado Goméia, que é uma corruptela de Abomey, se reuniam os povos de língua fon, vindos do Dahomey, hoje República Popular do Benin e aí se alastraram em derredor, formando pequenos agrupamentos em função das cidades daomeanas de suas procedências”… (Waldeloyr Rego, “Mitos e ritos africanos da Bahia”, In: Cartbé, Os deuses africanos no candomblé da Bahia. Salvador, Bigraf, 1993, p.185.) 

Origem Angolense:

A origem da palavra Goméia, com base fundamental nos ritos do Candomblé Angola, vem da existencia da palavra Goméia encontrada no “Truziamanfú” (Reza de origem Bantu), que também pode ter originado o nome da rua onde foi fundando o primeiro Candomblé de Joãozinho da Goméia e enraizado na epoca a Ndanji (raiz) Goméia ou como muitos preferem se expressarem… Axé Goméia.


Leia também:
- CENTENÁRIOS NEGROS - Joãozinho da Goméia - part. 1 
- CENTENÁRIOS NEGROS - Mãe Biu do Xambá

Fonte:
* Cultura Bantu Afro Brasileira - Tata Kitalehoxi
* Imagem - Fundação Palmares.org






terça-feira, 25 de março de 2014

::: Curso de Extensão Gratuito




O curso de extensão Cultura e História Africana e Afrobrasileira: Promovendo a Cultura Negra via Educação terá suas inscrições abertas até o dia 28 de Março e é patrocinado pelo PROAC - Programa de ação cultural, da Secretaria do Estado da Cultura de SP. 

Acontecerá na cidade de Matão, estás sendo realizado pelo IMMES - Instituto Matonense Municipal de Ensino Superior e iniciará no mês de Abril.

Este projeto juntamente com mais nove, foi aprovado dentro dos 104 enviados ao PROAC e contará com a participação de docentes e pesquisadores, mestres e doutores nas áreas de sociologia, antropologia, literatura e educação.

O curso é gratuito e tem como objetivo formar e capacitar professores para o atendimento da Lei 10.639/03, que institui o ensino nas escolas públicas e privadas da Cultura e Historia Africana e Afrobrasileira e  demais interessados.

As atividades ocorrerão nos meses de Abril e Maio, Agosto e Setembro e os encontros serão quinzenais.

Para mais informações acesse:
- www.immes.edu.br ou 
- Email: curso.rrae@gmail.com






sexta-feira, 14 de março de 2014

::: Orquestra Sinfônica x Kizomba


Maestro João Carlos Rocha estreiou obra
"KIZOMBA" 
em concerto da Orquestra Sinfônica da Unicamp na Casa do Lago

Com entrada franca e programa diversificado, a Orquestra Sinfônica da Unicamp se apresentou no Espaço Cultural Casa do Lago, na Unicamp em Campinas, no dia 13 de março 2014, onde na regência, três jovens maestros da Unicamp, João Carlos Rocha, Isaac William Kerr e Lucas Paiva, executaram um programa com obras de compositores como Villa Lobos, Aaron Copland e J. Brahms.

O público teve ainda, a oportunidade de apreciar a estreia da obra KIZOMBA, do compositor e maestro João Carlos Rocha. A peça se baseia em três temas principais: um samba-enredo, um pagode e um vissungo, e trouxe uma instrumentação tipicamente brasileira, com berimbau, atabaques, pandeiro, cuíca, entre outros. “Misturado aos elementos estéticos europeus, a composição evoca a celebração e a exaltação da vida e da liberdade”, frisou o autor.

Rocha é natural de Santos e é considerado um dos mais importantes nomes da nova geração de música erudita, e o Aldeia marcou presença para prestigiar uma obra que exalta e engrandece a cultura africana e afrobrasileira.

Parabenizamos ao maestro João Carlos Rocha e agradecemos por nos proporcionar uma noite única!


 Pai Michaell e Maestro João Carlos










segunda-feira, 10 de março de 2014

::: 3a. Mulheres em Cena e Ação



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DIA 15/03 - Oficina de construção de XEQUERÊ (Agbê) e SAMBA DE RODA
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Sábado, dia 15/03, a partir das 14h00, iniciaremos o 3º Mulheres em Cena e Ação, evento que tem como objetivo refletir sobre a luta das mulheres por direitos e lembrar que a igualdade de gênero é uma responsabilidade de toda a sociedade. Lembrando que as atividades são gratuitas e abertas ao público em geral. Neste dia as atividades serão: 

- 15h00 às 17h30: oficina de construção de Xequerê (Agbê) com Renata Dhamas – Material necessário para você construir seu instrumento: 1 cabaça, miçanga canjicão (da cor ou cores que quiser) cerca de 500 gramas e fio encerado; Venha fazer seu instrumento... - 18h00 às 20h00: primeiro ensaio do Projeto “Samba de Roda – Encontro das Minas” a ideia é reunir as mulheres interessadas para iniciarmos um processo de construção coletiva de um grupo de mulheres que tocam/ dançam/ cantam sambas de roda e sambas raíz!! Estamos em busca de um nome para o grupo…tem alguma sugestão?? Envia pra gente… ou melhor, aparece na roda para contar!!
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DIA 22/03 - Continuação da oficina de construção de XEQUERÊ (Agbê) e SAMBA DE RODA ______________________________________________


- 15h00: atendendo às solicitações, a Oficina de Construção de Xequerê (Agbê) com Renata Dhamas apresentará novamente o início da construção do instrumento e também, a apresentação do arremate, que já ocorreria. Lembrando que é necessário levar miçanga, cabaça e linha encerada para confeccionar o instrumento. 


-18h00: temos o ensaio aberto do projeto “Filhas de Edith”, uma proposta de construção de um grupo de samba de roda composto por mulheres. Assim, se você toca, canta, dança ou tem vontade de aprender o samba de roda venha participar!! E você homem, também, é muito bem-vindo!! Em nosso primeiro ensaio contamos com ajuda de Alexandre Tarlei e André Esposito, que compartilharam seu conhecimento e participaram da fundação desse projeto. 

Também, estaremos recebendo a partir das 14h00, doações de tinta látex branca e tinta spray (preferencialmente das cores azul, amarela, verde, vermelha e preta). A doação dessas tintas é fundamental para o Mutirão de Graffiti Feminino que ocorrerá no dia 29/03.


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DIA 29/03 - Oficina de MARACATU e SAMBA DE RODA
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Neste dia estaremos encerrando o 3º Mulheres em Cena e Ação e a programação está imperdível!! Confira nossa programação…



  • 9h00 em diante: Mutirão de graffiti feminino!! Para essa atividade precisamos da doação de tinta látex branca e tinta spray (vermelha, azul, amarela, preta e verde…ou qualquer cor que você puder doar)!! Ajude-nos a colorir nossa Casa de força!!

  • 10h00: Continuação da Oficina de de Construção de Xequerê (Agbê) com Renata Dhamas.

  • 14h00 às 15h00: Oficina de amarração com Cris da Djumbo. Quem quiser pode trazer seu tecido e a galera da Djumbo venderá tecido para a oficina por R$15,00.

  • 15h00 às 17h00: Oficina de maracatu com as meninas do Maracatucá e do Baque Mulher.

  • 17h30 às 18h: Apresentação do Marcatucá + Baque Mulher

  • 19h00 às 22h00: 1º Samba de Roda “Filhas de Edith” com a participação especial de Déah Mar!!

  • Imperdível! Onde estamos?!

    Sede do Grupo Urucungos - Rua Salvador Lombardi Neto, nº 20 - Vila Teixeira – Campinas/SP.



    Mais informações: 
    * http://urucungospuitasequijengues.blogspot.com.br/
    *http://blogoosfero.cc/urucungos/blog?month=4&year=2014




    sábado, 8 de março de 2014

    ::: VEM AÍ! ::: Março 2014::: TEM MAIS














    Workshop - "o Orisà ORI"

    Uma das mais importantes Divindades no culto aos Orisàs é Orí.

    Orí é o guia de cada um dos seres humanos. É Orí que trás sucesso no mundo, e também no céu. Orí é o Orisà soberano, que só fica abaixo de OLODUMARÈ (Deus). 

    Muitas pessoas envolvidas com a Umbanda ou Candomblé desconhecem totalmente este Orisà e sua importância na vida diária.

    ORÍ É A PRÓPRIA CABEÇA DE CADA UM.

    E uma pessoa sem cabeça, é uma pessoa sem direção, sem rumo, sem um norte. E é o recipiente da inteligência, do amor, das escolhas, é em suma a parte mais importante de todos nós. Orí não pode ser confundindo, ele é único para cada pessoa, e ao mesmo tempo todos temos.É um Orisà que vive dentro de nós e passa 24 horas por dia conosco, 365 dias por ano durante toda a nossa vida, da hora que nascemos ate à hora de retornamos ao Orun. 

     Kò sí òòsà tí i dà’ni gbè léhìn orí eni
     “Nenhum Orisà abençoa uma pessoa antes de seu orí” 

     INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES: okunolola@yahoo.com.br

    PÚBLICO ALVO: ABERTO A TODOS QUE QUEIRAM CONHECER A CULTURA RELIGIOSA DE MATRIZ AFRICANA; NOSSO TRABALHO NÃO É EVANGELIZADOR E SIM EXPLICATIVO, POR ISSO NÃO ESTÁ DIRETAMENTE LIGADO A NENHUMA RELIGIÃO, MAS A SABEDORIA E ENERGIA DA CULTURA ANCESTRAL AFRICANA.

    MATERIAL: SERÁ DISPONIBILIZADO APOSTILA E MATERIAL DIGITAL EM DVD E CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO. INVESTIMENTO: R$30,00 e 01 pacote de canjica branca e ou 01 coco verde (AVISO: NÃO SERÁ FEITO NENHUM RITUAL RELIGIOSO NO DIA DO EVENTO)


    Data....: 16 de Março de 2014
    Horario: 15:00 h
    Local...: Tenda Pai Cipriano
    End.....: Rua Salvador Lombardi Neto, 11 - Vl Teixeira






         O GRANDE DIÁLOGO II     .

    Superando a Intolerância Religiosa

    Encontro ecumênico, que se realizará no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, com presença confirmada dos seguintes representantes religiosos:

    -  Frei Betto;

    - Pai Ronaldo Linares;

    - Mam'etu Kayandewa;

    - Sheikh Juma Momade Anli;

    - Claudio Lopes;

    - Reverenda metodista Margarida Ribeiro.



    Data...: 21 de Março/ 2014
    Horas.: 19:00 h
    Local..: Sindicato dos Metalurgicos do ABC
    End....: Rua João Basso, 231 - S. Bernardo do Campo

    Informações: (11) 4337.1390





    quinta-feira, 6 de março de 2014

    ::: Memórias da Umbanda - Sua Raiz


    Saravá meus irmãos em Nzambi!!

    Tenho a alegria de trazer hoje à todos uma nova sessão à nossa página, "MEMÓRIAS DA UMBANDA"

    Por compactuar com o mesmo objetivo, o de divulgação sem misticismos de nossa querida Umbanda e do resgate às memorias e a raiz de nossa religião, compartilharemos o belíssimo trabalho realizado pela Rádio Melodias de Terreiro, produzido por Átila Nunes Filho (RJ), onde traz depoimentos de dirigentes de culto, descrevendo sua trajetória à religião, seu início, sua saudade, sua mensagem. É o resgate de contos, pensamentos e cantigas que não podemos deixar se perderem...

    Parabenizamos à Rádio Melodias de Terreiro e seus organizadores pela preciosa iniciativa!  

    A nova sessão estará localizada na coluna a direita do nosso blog.

    Nzambi abençoe à todos!!



    ** MEMÓRIAS DE UMBANDA

    com Mãe Cida
    Jacarepagua - Freguesia






     

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