Grupo Multireligioso de juristas é criado para combater a intolerância
Advogados irão agir conjuntamente em casos de denúncias de discriminação
RIO - Representantes de várias religiões decidiram criar um grupo de
juristas para defender fieis das mais variadas matizes de casos de
preconceito e intolerância. A decisão foi anunciada por integrantes de
Igreja Católica, Umbanda, Candomblé, Budismo, Islamismo e Judaísmo. O
grupo foi recebido num templo de candomblé, localizado no Bairro de
Bonsucesso, na Zona Norte, nesta segunda-feira. A ideia surgiu depois
que o juiz Eugênio Rosa, da Justiça Federal, afirmou, em sentença
emitida a um pedido de liminar, que umbanda e candomblé não são
religiões.
O interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa,
Ivanir dos Santos, representante do candomblé, celebrou o caráter
“inédito” da criação do grupo de advogados para defender os direitos das
manifestações religiosas - tenham elas o cunho que tiverem. Ele conta
que a ideia surgiu de uma conversa com representantes da Igreja Católica
e começou a ganhar força nas últimas semanas. O grupo também irá
acompanhar o desenrolar do atual processo na Justiça Federal.
-
Vamos manter a mobilização e nossa ofensiva junto ao Judiciário. Com o
grupo, começaremos a monitorar outras agressões e casos de preconceito
que possam surgir. Finalmente, poderemos agir de forma unida - afirma
Ivanir, emendando, ainda, que a investida de se reunir juristas em torno
de várias crenças é inédita “no mundo”.
A tentativa das
lideranças é mais ambiciosa e terá um obstáculo pela frente: trazer para
o debate sobre intolerância religiosa representantes dos evangélicos,
que ainda não sinalizaram positivamente neste sentido. Alguns dos vídeos
acusados de desrespeitar umbanda e candomblé - e alvos do processo
judicial em curso - têm como cenário, justamente, templos
neopentecostais. Ivanir dos Santos declarou que já se abriu uma porta ao
diálogo com algumas lideranças, mas ainda não houve avanço em
definitivo. Ele sustenta que, com a decisão liminar do desembargador, as
esperanças de uma vitória final na justiça aumentam.
- Com a
decisão do desembargador uma luz se acendeu. Mesmo com o processo
voltando para o mesmo juiz, acreditamos que temos uma chance grande de
sairmos vitoriosos. Não somos contra a liberdade de expressão, mas
contra o ódio e o preconceito (que seriam expostos nos vídeos).
Fonte:
* O Globo Online - Clique aqui (Por Juliana Prado)
17/06/14
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