terça-feira, 28 de abril de 2015

::: UBUNTU pra Você! :::

28/04/15



UBUNTU PRA VOCÊ !


Um antropólogo estava estudando uma tribo na África, chamada UBUNTU e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta para casa. Como tinha muito tempo, propôs uma brincadeira para as crianças. 

Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, colocou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Daí ele chamou as crianças e combinou com elas para fazerem uma corrida até a árvore. A criança que chegasse primeiro ganharia todos os doces.



As crianças se posicionaram na linha de partida que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já", imediatamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção ao cesto. 

Chegando lá, elas começaram a distribuir os doces entre si e a comerem, felizes. O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou por que elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ter ficado com tudo o que havia no cesto? Elas simplesmente responderam: - Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras ficassem tristes?

Ubuntu é uma uma filosofia presente em vários países da África cujo foco é a relação entre as pessoas. A palavra se reporta ao tradicional idioma banto Ngúni.  Uma tentativa de tradução para a língua  sou o que sou pelo que nós somos".   Na época de Mandela, Ubuntu era um dos princípios fundamentais da república da África do Sul. Na esfera política esse conceito é utilizado para enfatizar a necessidade da união e do consenso nas tomadas de decisão. Resume-se: Sou quem sou, porque somos todos nós! 


Nelson Mandela explicou a um jornalista que "a tradição africana de Ubuntu é uma verdade universal, é um modo de vida. É um termo que exprime vários significados: respeito, serviço, cuidado, confiança, reciprocidade, desapego... O que não significa que essa gente não deva olhar para si mesma. A pergunta para isto é: Desejas fazer algo para tomar parte de tua comunidade e, assim, melhorá-la? Entrar em contato com outra pessoa ou com uma comunidade, de um modo autêntico, libera a mais poderosa energia no planeta. Essas são as coisas importantes da vida".


Há uma definição do Ubuntu que seria do arcebispo africano Desmond Tutu: ‘uma pessoa com Ubuntu está aberta e disponível aos outros, sem se preocupar em julgar os outros como bons ou maus, consciente de que ela faz parte de algo maior e é tão pequena quanto os seus semelhantes que são humilhados, torturados e oprimidos’.

O desportista sul africano Fraçois Louw (1985) sugere que o conceito do Ubuntu define um indivíduo pela sua relação com os outros, e enfatiza a importância do conceito religioso fundamentado na máxima Zulu “umuntu ngumuntu ngabantu “ (‘uma pessoa é uma pessoa através de outras pessoas’).

"Procure lembrar – diz um texto que divulga Ubuntu – que deve haver mais coisas que nos unem do que nos separam, e começar com aquilo que nos une é uma boa maneira de iniciar um diálogo e, portanto, uma possibilidade de mudança".

Jorge Bender, missionário franciscano argentino, explica, em seu livro “Africa no me necesita: yo necesito de Africa”:  “Uma pessoa se faz humana por meio de outras pessoas (sou porque vocês são).  Uma pessoa com Ubuntu é aquela que se alegra quando a outra se sai bem em  lguma  coisa. Muitas tribos africanas pensam que cada pessoa decresce quando   outras pessoas são humilhadas, quando outros são menosprezados ou oprimidos. Oxalá nos contagiemos um pouco deste conceito da ética africana e deste modo de pensar para superar o individualismo em que vivemos” . 




Fonte: 
- Espaço POESE






::: Livro de Escravo é traduzido

28/04/15


Livro de escravo que viveu no Brasil é traduzido por historiador


Mahommah Gardo Baquaqua foi o único escravo a trabalhar no Brasil a escrever uma autobiografia e virou símbolo da luta abolicionista no mundo 

Do norte da África, passando por Recife, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, até se libertar da escravidão em Nova Iorque no ano de 1847. Assim foi uma parte da jornada de Mahommah Gardo Baquaqua, único escravo que passou pelo Brasil a ter escrito uma autobiografia.

“Uma interessante narrativa: biografia de Mahommah G Baquaqua”, em tradução livre, foi escrita em inglês e lançada pelo próprio Baquaqua em 1854 na cidade estadunidense de Detroit para arrecadar fundos para a campanha abolicionista.

O historiador Bruno Véras, com o apoio do Ministério da Cultura e do Consulado do Canadá, onde estão os originais da obra, estudou a publicação que deve ser traduzida para o português até o final de 2015, segundo noticiou o Jornal O Globo.

“Baquaqua sempre foi um personagem que me intrigou. Ele escreveu a única autobiografia de um africano escravizado em terras brasileiras. Apesar disso, ele não é conhecido em nossa História nem em nossos livros didáticos”, contou Verás em entrevista ao jornal carioca.

A história de Baquaqua começa onde hoje é o norte de Benin. Filho de um comerciante, ele estudou em uma escola islâmica e aprendeu a ler e adquiriu conhecimentos em matemática. Foi escravizado pelo Império Ashanti, pois trabalhava em uma rota comercial onde vendia especiarias. Tempos depois seu irmão o comprou, mas ele foi pego novamente e enviado para o Brasil.

Sua obra conta com detalhes como era o tratamento dos escravos desde a entrada nos navios negreiros até como os escravos os tratavam em terras brasileiras. "Meus companheiros não eram tão constantes quanto eu, sendo muito dados à bebida e, por isso, eram menos rentáveis para o senhor. Aproveitei disso para procurar elevar-me em sua opinião, sendo muito prestativo e obediente, mas tudo em vão; fizesse o que fizesse, descobri que servia a um tirano e nada parecia satisfazê-lo. Então comecei a beber como os outros e, assim, éramos todos da mesma laia, mau senhor, maus escravos", conta em uma passagem.

Quando saiu do Recife e foi para o Rio de Janeiro, seus conhecimentos em matemática e literatura fez com que ele atuasse dentro de um navio de comércio de charque entre a capital e o Rio Grande do Sul.

Em uma encomenda de café que tinha como destino Nova Iorque, Baquaqua conta que um inglês ensinou a palavra “liberdade” a ele e dois companheiros a bordo, já que os Estados Unidos já haviam abolido a escravidão. Ele tentou fugir do navio e acabou preso, mas com a ajuda de abolicionistas locais, conseguiu escapar da prisão e ir rumo ao Haiti.

O último local que se teve notícias dele foi na cidade inglesa de Liverpool, em 1857, provavelmente por conta de seu engajamento na luta abolicionista.


Fonte:
- Jornal Brasil de Fato




 

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