domingo, 13 de setembro de 2015

Aldeia NOTÍCIAS - Estátua Chico Xavier



CHICO XAVIER É HOMENAGEADO E GANHA ESTÁTUA


13.09.15
Se estivesse vivo, o médium mineiro Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, teria completado 104 anos no dia 2 de abril de. Para lembrar a data, e para comemorar também os 90 anos de Pedro Leopoldo – município que fica a 40 quilômetros de Belo Horizonte – uma estátua do mais famoso líder espírita brasileiro foi instalada na praça que leva seu nome,no centro da cidade. Feita com 250 quilos de bronze, a imagem de Chico Xavier é uma obra da artista Vânia Braga, que também é natural de Pedro Leopoldo, e chegou a conhecer o médium, quando era pequena. 

“Eu já tinha um projeto de estátua em 2010, quando ele fez 100 anos, mas não consegui patrocínio. Sempre tive o sonho de retratá-lo”, diz a artista. A obra, que foi colocada na praça principal da cidade, mostra Chico Xavier já em idade avançada, com sua boina, sentado, e com seu mais marcante livro nas mãos, Nosso Lar – ele chegou a publicar 468 psicografias e vendeu 50 milhões de exemplares –, mas seus olhos estão voltados para frente, para as pessoas.

 “A inauguração da estátua foi o momento mais emocionante de minha vida. Quando tiramos o pano, foi difícil conter as lágrimas ao ver a população mais humilde, que praticamente não tem contato com a cultura, se emocionar com a figura de Chico”, lembra Vânia.

A estátua instalada em Pedro Leopoldo levou quatro meses para ser finalizada. A artista adianta à Encontro que seu primeiro projeto, de 2010, ainda pode se tornar realidade. É a figura de Chico mais jovem, usando a famosa peruca preta, e fazendo aquilo que o deixou famoso: psicografando. “Ele sempre esteve à frente de qualquer religião. O mais importante era seu comprometimento com as pessoas, sua vontade de ajudá-las”, completa Vânia Braga.

Quem quiser visitar a estátua de Chico Xavier, partindo de Belo Horizonte, basta seguir pela Linha Verde (MG-010), sentido aeroporto de Confins, e pegar a MG-424 até Pedro Leopoldo. A obra está na praça que leva seu nome, e que fica na rua Cristiano Otoni 555, Centro.

Fonte:





quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Aldeia NOTÍCIAS - Nome de rua SP



FUNDADORA DE PRIMEIRO TERREIRO DE CANDOMBLÉ PAULISTANO  TERÁ NOME DE RUA EM SÃO PAULO 


10.09.15
 São Paulo/SP – A Rua Ruiva, logradouro publico localizado em Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo, mudará de nome em breve para Rua Manaunde, uma justa homenagem a sua fundadora. É que neste local encontra-se estabelecido o primeiro Terreiro de Candomblé de Santa Barbara, o primeiro de São Paulo fundado por Julita Lima da Silva, a saudosa mãe Manaundê, negra, nascida em Propriá, divisa do estado da Bahia com Sergipe, em 26 de fevereiro de 1926 e falecida na cidade de São Paulo no dia 23 de agosto de 2004, o Terreiro de nação angola da variante bantu. 

O Terreiro de Candomblé de Santa Barbara, marco histórico das tradições afro e de combate à intolerância na capital paulista, teve seu processo de urbanização nos anos 70, exatamente, no momento em que uma grande leva de migrantes se dirigiu para São Paulo. Esta sacerdotisa, iniciada pela famosa Nanã de Aracaju (Erundina Nobre dos Santos – 1891-1981), fixou-se em São Paulo a partir de 1958, e abriu seu terreiro em 1962 foi uma das mães-de-santo mais antigas da metrópole. 

Com o seu falecimento, Terreiro ficou por um longo período fechado para cumprimento de ritos fúnebres e reforma do espaço arquitetônico, vindo a ser reaberto às 19h00 do sábado 13 de dezembro do ano passado pela atual herdeira, Mam`etu Oyajidê – Pulqueria Albuquerque, de Matamba, que fez questão de realizar grande festa em honra a Bamborocema, Nkisi da fundadora. 

O evento, esperado com grande expectativa, pretende reuniu o maior numero de lideranças de povos e comunidades tradicionais de matriz africana da capital paulista celebraram com muito fervor a memória da lendária Mam’etu Manaundê. O projeto de apresentação de mudança do nome da Rua Ruiva para Rua Manaundê será apresentado na Câmara Municipal de São Paulo, pelo vereador Toninho Vespoli (PSOL/SP), atendendo ao pedido formulado pela Taata Katuvanjesi – Walmir Damasceno, coordenador nacional do ILABANTU e dirigente tradicional do Nzo Tumbansi. 

Fonte: 
- Ombala Tumbasi



terça-feira, 11 de agosto de 2015

::: VEM AÍ !! ::: SET/ OUT/ NOV 2015


                                                           SETEMBRO   .







6o. Festival de CURIMBA "Um grito de liberdade!"

A Aldeia de Caboclo, convida à todos para o "6o. Festival de Curimba "Um Grito de Liberdade", evento este que traz a magnitude da união, divulgação, fortalecimento e valorização da arte e cultura Umbandista. 
Dia...: 20 de Setembro 2015

* Mais Informações: 
- www.aldeiadecaboclos.com.br
- aldeiadecaboclos@gmail.com
- (011) 94726.7609



                                                              OUTUBRO             


Festival de MÚSICA e CURIMBA FECUCANB

O Instituto Brasileiro de Valorização a Cultura - Fecucanb convidam a todos a participar de mais um Festival de Música e Curimba de SP, que será realizado no dia 18 de outubro de 2015 que celebra as religiões afro-brasileiras e também a diversidade cultural negra do nosso País. O primeiros classificados do festival disputarão 01 vaga para o concurso Atabaque de Ouro 2016. Venha Participar desta Festa... 

Mais informações: 
- Sacerdote Genildo D'Oxossi 
- genildooxossi@yahoo.com,br
- (11) 9.4636-2781



                                                                NOVEMBRO       



UMBANDA PÉ  NA AREIA - Dia Nacional da Umbanda 

Acontecerá em Caraguatatuba, no dia 15 de Novembro 2015 as 19:00 hrs o evento que comemorará o Dia Nacional da Umbanda. Evento gratuito, aberto ao público, com gravação especial do Hino da Umbanda. Compareça, venha de branco e fortaleça sua fé.

Praça Tom Ferreira
Centro
Caraguatatuba/ SP

Mais informações:
- Guilherme Correa
- (12) 9.9102-6231
- (12) 3888-2558
-contato@tuccca.com





Prestigie! Esperamos por você!!
Saravá à todos!




domingo, 9 de agosto de 2015

::: ABAYOMI

09/08/15
Quando os negros vieram para o Brasil como escravos, atravessaram o Oceano Atlântico numa viagem muito difícil a bordo dos tumbeiros – navio de pequeno porte que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil. As crianças choravam assustadas, porque viam a dor e o desespero dos adultos. As mães negras, então, para acalentar suas crianças, rasgavam tiras de pano de suas saias e faziam bonecas com elas para as crianças brincarem. Essas bonecas são chamadas de Abayomi.

Quando você dá uma boneca Abayomi para alguém, esse gesto significa que você está oferecendo o que você tem de melhor para essa pessoa. A palavra Abayomi, do ioruba, uma das maiores etnias do continente africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim e significa aquele que traz felicidade e alegria. Quer dizer encontro precioso: abay = encontro e omi = precioso.

As Abayomi são pequenas bonecas pretas, feitas de pano e sem costura alguma, apenas com nós ou tranças. Não possuem demarcação de olho, nariz nem boca, isso para favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias africanas. Inspirado pela tradição dessa arte histórica, a artesã e arte-educadora Cláudia Muller desenvolveu um trabalho único, e, com o objetivo de evidenciar a memória e identidade popular do povo brasileiro, valorizando a diversidade cultural que reina na terra brasilis, criou o projeto Matintah Pereira. A iniciativa produz versões próprias das Abayomi e promove oficinas tanto para ensinar o processo de criação quanto para discutir a importância histórica e social entorno das bonecas.

“Tenho como objetivo ofertar às pessoas e instituições a possibilidade de criar algo novo, a partir de ações comunitárias que além de ensinar um ofício podem informar um pouco mais sobre a cultura afro-brasileira”. Ao longo de sua trajetória Cláudia sempre se mostrou preocupada em evidenciar as tradições que compõem o universo do negro brasileiro e também das  lendas que permeiam o imaginário popular nacional. Tais intenções podem ser percebidas já no nome de sua empresa, Matintah Pereira, que como a artista pontua, é uma lenda oriunda da floresta Amazônica.

“Contam os ribeirinhos que a Matintah é uma feiticeira anciã. Seus trajes são negros retalhos esfarrapados, que também adornam sua cabeça, cobrindo seus longos cabelos brancos. Dizem que ela é sábia conhecedora de todas as floras medicinais, e que as manipula divinamente”, explica a artista baseada atualmente em São Vicente, cidade do litoral sul de São Paulo. A produção de Cláudia Muller é integralmente sustentável. Para a confecção, ela faz uso de elementos de origem 100% natural, como tecidos de fibra de algodão, corantes naturais à base de pigmentos extraídos de cascas, folhas, flores e sementes, além de essências e óleos naturais da Amazônia.

“No início do projeto, trabalhando na confecção das bonecas Abayomi, senti a necessidade de explorar outros recursos para encontrar um diferencial do produto. Pesquisei em livros e na mídia eletrônica a história da boneca de pano, sua origem e como ela é conhecida em diversas culturas. Com isso, percebi que não há como diferenciá-las, pois todas têm o mesmo propósito, que é acalentar a quem se presenteia. Por esse motivo, passei a vincular sua modelagem e estrutura de acordo com diversas propostas ligadas ao desenvolvimento social e cultural,” pontua. Com educação correndo nas veias, Muller não demorou muito para pensar oficinas visando passar para os pequenos tudo que envolve este trabalho artesanal. Com aproximadamente uma hora de duração, as aulas promovem um casamento entre criação e tradição. Ou seja, ao mesmo tempo que ensina os participantes a produzir pelo menos uma peça, Cláudia não deixa de lado a história que envolve as Abayomi, sempre preparando uma trilha sonora especial para os cursos, composta por ritmos e sonoridade que remetem a manifestações culturais diversas.

Lena Martins, Movimento Negro e o começo de tudo Cláudia Muller também se inspirou no trabalho da pioneira quando o assunto é Abayomi, Waldilena Martins, ou Lena Martins para os mais chegados. Educadora popular e militante do Movimento das Mulheres, ela liderou a confecção das bonecas no Brasil no final dos anos 1980, ao mesmo tempo em que o Movimento Negro organizava uma marcha para lembrar os 100 anos da abolição. Em um cenário em que a questão ecológica estava se popularizando, o objetivo de Lena era fazer da arte popular instrumento de conscientização e sociabilização. Não demorou para que o trabalho fizesse sucesso e chamasse a atenção de mulheres espalhadas pelos quatro cantos do país. A aceitação foi tanta que em 1988 foi criada no Rio de Janeiro a Cooperativa Abayomi, plataforma fundamental para o fortalecimento da autoestima e reconhecimento da identidade afro-brasileira.

Por meio de um trabalho social e humanitário, a Cooperativa Abayomi está em constante diálogo com os movimentos negros, estudantil, sindical e religioso. O projeto faz parte da rede nacional contra a violência à mulher e da rede de mulheres negras latino-caribenhas. Integram o time da Cooperativa Abayomi mulheres educadoras, psicólogas, terapeutas, que juntas organizaram um grupo de trabalho baseado na conscientização e socialização do indivíduo.

A partir de todos estes elementos é possível ter uma dimensão da importância das bonecas Abayomi para história do Brasil e sua relação com o continente africano. Além de serem encantadoras, elas se colocam como elemento de afirmação das raízes da cultura a brasileira e também do poder e determinação das mulheres negras.









::: Fonte:

- Espaço Cultural Conselheiro Paschoal Cittadino - Cooperativa Abayomi
- Afreaka
- Youtube
- Blog da Profa. Jack






domingo, 10 de maio de 2015

::: Indicação de LEITURA - É Negra Sim


LEITURA INFANTIL|MINHA MÃE É NEGRA SIM!


Escritora..: Patricia Santana
Ilustração: Hyvanildo Leite
Editora....: Mazza Edições
Faixa etária: 05 a 08 anos

Esta é a história de Eno, um menino alegre e estudioso. Um dia, na aula de artes, a professora pediu que pintassem a mãe e para o Eno, disse que pintasse sua mãe de amarelo.

Eno ficou muito triste, uma tristeza de doer, pois não entendeu o porquê que sua professora fez o pedido, porque não poderia pintar sua mãe de preto, afinal ele era preto, seu pai e sua mãe também, então Eno não quis mais desenhar e pintar, na hora de ir embora, nem quis sorrir para Dona Lia que fica no portão, chegou em casa e nem abraçou seu pai, correu direto para seu esconderijo. 

Preocupados os pais queriam saber o motivo do banzo de Eno. O menino estava triste, mas queria melhorar, pois seu avô iria visitá-lo. Vovô Damião, já sentado no banco percebeu logo a tristeza do neto: “Que banzo é esse menino?”. 

Eno já sabia que banzo era uma tristeza de preto que vinha do tempo da escravidão, saudade e medo de estar longe de sua terra e não aguentando mais decidiu falar. 

O avô ouviu, coçou a cabeça e falou de forma mansa que só avô sabe falar, contou do tempo antigo e falou dos dias de hoje, falou sobre racismo e as dificuldades que os negros enfrentam. Então, Eno voltou a sorrir para Dona Lia e para professora entregou o seu desenho, dizendo: ”- Professora meu desenho de mãe, não pintei de amarelo, pintei de preto, em negro como é minha mãe, como é a jabuticaba, o ébano, a beleza da noite escura. Pintei com a cor de mim mesmo.” 

A professora entendeu a seriedade da situação e Eno ainda completou, que qualquer dia, o seu avô iria dar uma aula para que todos aprendessem sobre a sua história.


::: 10 de Maio 2015 - Homenagem ao Dia das Mães :::

                
* Imagem: Blog ideia criativa lindas imagens 

por: Mãe Dinah D' Iansã






terça-feira, 28 de abril de 2015

::: UBUNTU pra Você! :::

28/04/15



UBUNTU PRA VOCÊ !


Um antropólogo estava estudando uma tribo na África, chamada UBUNTU e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta para casa. Como tinha muito tempo, propôs uma brincadeira para as crianças. 

Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, colocou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Daí ele chamou as crianças e combinou com elas para fazerem uma corrida até a árvore. A criança que chegasse primeiro ganharia todos os doces.



As crianças se posicionaram na linha de partida que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já", imediatamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção ao cesto. 

Chegando lá, elas começaram a distribuir os doces entre si e a comerem, felizes. O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou por que elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ter ficado com tudo o que havia no cesto? Elas simplesmente responderam: - Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras ficassem tristes?

Ubuntu é uma uma filosofia presente em vários países da África cujo foco é a relação entre as pessoas. A palavra se reporta ao tradicional idioma banto Ngúni.  Uma tentativa de tradução para a língua  sou o que sou pelo que nós somos".   Na época de Mandela, Ubuntu era um dos princípios fundamentais da república da África do Sul. Na esfera política esse conceito é utilizado para enfatizar a necessidade da união e do consenso nas tomadas de decisão. Resume-se: Sou quem sou, porque somos todos nós! 


Nelson Mandela explicou a um jornalista que "a tradição africana de Ubuntu é uma verdade universal, é um modo de vida. É um termo que exprime vários significados: respeito, serviço, cuidado, confiança, reciprocidade, desapego... O que não significa que essa gente não deva olhar para si mesma. A pergunta para isto é: Desejas fazer algo para tomar parte de tua comunidade e, assim, melhorá-la? Entrar em contato com outra pessoa ou com uma comunidade, de um modo autêntico, libera a mais poderosa energia no planeta. Essas são as coisas importantes da vida".


Há uma definição do Ubuntu que seria do arcebispo africano Desmond Tutu: ‘uma pessoa com Ubuntu está aberta e disponível aos outros, sem se preocupar em julgar os outros como bons ou maus, consciente de que ela faz parte de algo maior e é tão pequena quanto os seus semelhantes que são humilhados, torturados e oprimidos’.

O desportista sul africano Fraçois Louw (1985) sugere que o conceito do Ubuntu define um indivíduo pela sua relação com os outros, e enfatiza a importância do conceito religioso fundamentado na máxima Zulu “umuntu ngumuntu ngabantu “ (‘uma pessoa é uma pessoa através de outras pessoas’).

"Procure lembrar – diz um texto que divulga Ubuntu – que deve haver mais coisas que nos unem do que nos separam, e começar com aquilo que nos une é uma boa maneira de iniciar um diálogo e, portanto, uma possibilidade de mudança".

Jorge Bender, missionário franciscano argentino, explica, em seu livro “Africa no me necesita: yo necesito de Africa”:  “Uma pessoa se faz humana por meio de outras pessoas (sou porque vocês são).  Uma pessoa com Ubuntu é aquela que se alegra quando a outra se sai bem em  lguma  coisa. Muitas tribos africanas pensam que cada pessoa decresce quando   outras pessoas são humilhadas, quando outros são menosprezados ou oprimidos. Oxalá nos contagiemos um pouco deste conceito da ética africana e deste modo de pensar para superar o individualismo em que vivemos” . 




Fonte: 
- Espaço POESE






::: Livro de Escravo é traduzido

28/04/15


Livro de escravo que viveu no Brasil é traduzido por historiador


Mahommah Gardo Baquaqua foi o único escravo a trabalhar no Brasil a escrever uma autobiografia e virou símbolo da luta abolicionista no mundo 

Do norte da África, passando por Recife, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, até se libertar da escravidão em Nova Iorque no ano de 1847. Assim foi uma parte da jornada de Mahommah Gardo Baquaqua, único escravo que passou pelo Brasil a ter escrito uma autobiografia.

“Uma interessante narrativa: biografia de Mahommah G Baquaqua”, em tradução livre, foi escrita em inglês e lançada pelo próprio Baquaqua em 1854 na cidade estadunidense de Detroit para arrecadar fundos para a campanha abolicionista.

O historiador Bruno Véras, com o apoio do Ministério da Cultura e do Consulado do Canadá, onde estão os originais da obra, estudou a publicação que deve ser traduzida para o português até o final de 2015, segundo noticiou o Jornal O Globo.

“Baquaqua sempre foi um personagem que me intrigou. Ele escreveu a única autobiografia de um africano escravizado em terras brasileiras. Apesar disso, ele não é conhecido em nossa História nem em nossos livros didáticos”, contou Verás em entrevista ao jornal carioca.

A história de Baquaqua começa onde hoje é o norte de Benin. Filho de um comerciante, ele estudou em uma escola islâmica e aprendeu a ler e adquiriu conhecimentos em matemática. Foi escravizado pelo Império Ashanti, pois trabalhava em uma rota comercial onde vendia especiarias. Tempos depois seu irmão o comprou, mas ele foi pego novamente e enviado para o Brasil.

Sua obra conta com detalhes como era o tratamento dos escravos desde a entrada nos navios negreiros até como os escravos os tratavam em terras brasileiras. "Meus companheiros não eram tão constantes quanto eu, sendo muito dados à bebida e, por isso, eram menos rentáveis para o senhor. Aproveitei disso para procurar elevar-me em sua opinião, sendo muito prestativo e obediente, mas tudo em vão; fizesse o que fizesse, descobri que servia a um tirano e nada parecia satisfazê-lo. Então comecei a beber como os outros e, assim, éramos todos da mesma laia, mau senhor, maus escravos", conta em uma passagem.

Quando saiu do Recife e foi para o Rio de Janeiro, seus conhecimentos em matemática e literatura fez com que ele atuasse dentro de um navio de comércio de charque entre a capital e o Rio Grande do Sul.

Em uma encomenda de café que tinha como destino Nova Iorque, Baquaqua conta que um inglês ensinou a palavra “liberdade” a ele e dois companheiros a bordo, já que os Estados Unidos já haviam abolido a escravidão. Ele tentou fugir do navio e acabou preso, mas com a ajuda de abolicionistas locais, conseguiu escapar da prisão e ir rumo ao Haiti.

O último local que se teve notícias dele foi na cidade inglesa de Liverpool, em 1857, provavelmente por conta de seu engajamento na luta abolicionista.


Fonte:
- Jornal Brasil de Fato




terça-feira, 20 de janeiro de 2015

::: 20 de Janeiro - Oxossi


No dia 20 de janeiro, “Dia de São Sebastião”, devido ao sincretismo, a Umbanda homenageia o orixá Oxóssi.
Na Umbanda ou no Candomblé Oxossi é o grande caçador.

Oxóssi é o orixá da caça, florestas, dos animais, da fartura, do sustento. Está nas refeições, pois é quem provê o alimento. É a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para capturar a caça. É um orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas. É o caçador de axé, aquele que busca as coisas boas para um ilé, aquele que caça as boas influências e as energias positivas.

Oxóssi é a vontade de cantar, de escrever, de pintar, de esculpir, de dançar, de plantar, de colher, de caçar, de viver com dinamismo e otimismo.

África - Pierre Verger, em seu livro Orixás, diz que o culto de Oxóssi foi praticamente extinto na região de Ketu, uma vez que a maioria de seus sacerdotes foram escravizados, tendo sido enviados à força para o novo mundo ou mortos. Aqueles que permaneceram em Ketu deixaram de cultuá-lo por não se lembrarem mais como realizar os ritos apropriados ou por passarem a cultuar outras divindades.

Brasil - Durante a diáspora negra muitos escravos que cultuavam Oxóssi não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas, ainda assim, o culto foi preservado no e em Cuba pelos sacerdotes sobreviventes e Oxóssi se transformou, no Brasil, num dos orixás mais populares, tanto no Candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na Umbanda, onde é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião. 

Seu habitat é a floresta e é simbolizado pela cor verde na Umbanda. E por isso, os caboclos usam roupas, guias e contas confeccionadas nessas cores, e ainda podem incluir elementos que recordem a floresta, tais como penas e sementes. 


- Saudações: Òké Aro!!! Arolé! 

- Cores: Candomblé – Azul Turquesa / Umbanda – Verde 
- Dia: Quinta feira 
- Elemento: Terra 



- PRECE A OXÓSSI -

Oh grande caçador!
Guerreiro de uma única flecha
Rei das Matas, Rei da Umbanda
Pai da Inspiração e da Esperança
dê-me as bênçãos da prosperidade e
inspira-me em pensamentos do bem
Ajuda-me no sustento da minha fé,
a fim de que possa cumprir
com minhas obrigações e
meus deveres neste mundo
Indica-me com sua flecha sagrada
os verdadeiros caminhos da prosperidade
Dê-me tranquilidade para superar todas
as ingratidões e calúnias!
Dê-me coragem para transmitir uma palavra
de alento e conforto 
áqueles que sofrem de enfermidades
para as quais, na matéria, não existe cura!
Dê-me força para repelir os que desejam vinganças e
querem a todo custo magoar seus semelhantes!
Dê-me, enfim, a graça da humildade e da fé!

 OKÊ, ARÔ OXÓSSI!


 Fontes:
 - Candomblé – o mundo dos Orixás 
- Wikipédia 
- Juntos no Candomblé 
- Portoweb – datas comemorativas


 Saravá à todos!
 Mãe Dinah D'Iansã
 20/01/15
 

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