domingo, 10 de fevereiro de 2013

::: Aumento de Denúncias (R&C) :::


 ::: Ministra diz que evangélicos querem acabar 

com religiões africanas :::




O número de denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência cresceu mais de sete vezes em 2012, quando comparada com a estatística de 2011, saindo de 15 para 109 casos registrados. 

A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), LUIZA BARROS, disse ontem (21) que os ataques às religiões de matriz africana chegaram a um nível insuportável. “O pior não é apenas o grande número, mas a gravidade dos casos que têm acontecido. São agressões físicas, ameaças de depredação de casas e comunidades. Nós consideramos que isso chegou em um ponto insuportável e que não se trata apenas de uma disputa religiosa, mas, evidentemente, uma disputa por valores civilizatórios”, disse ao chegar ao ato lembrando o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo.

Conforme diz a Ministra, os ataques são motivados principalmente por alguns grupos evangélicos. “Alguns setores, especialmente evangélicos pentecostais, gostariam que essas manifestações africanas desaparecessem totalmente da sociedade brasileira, o que certamente não ocorrerá”, disse Luíza, que acrescentou que esta semana deverá ser anunciado um plano de apoio às comunidades de matriz africana. “Nós queremos fazer com que essas comunidades também sejam beneficiadas pelas políticas públicas”, completou. No ato promovido pela prefeitura paulistana foi lançada a Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial. 

Segundo o prefeito, Fernando Haddad, a celebração é uma forma de fazer com que as pessoas que ainda têm preconceito contra as religiões afrobrasileiras reflitam sobre a importância da tolerância. “Eu penso que a expressiva maioria dos moradores de São Paulo abraça essa causa de convivência pacífica, tranquila, com respeito e a tolerância devida ao semelhante. Agora, existe uma pequena minoria para qual o recado aqui é dado: que há uma grande maioria que quer viver tranquilamente”, disse.

O recado da tolerância também está sendo promovido pelo grupo multirreligioso Paulistanos pela Paz, que há 8 anos atua para conscientizar principalmente a juventude. “Nós estamos coordenando visitas a escolas, faculdades para dar palestras, seminários, para trazer esse questionamento à tona. Porque a intolerância brota da incapacidade de conviver com o diferente”, disse o Reverendo Mahesh, coordenador do grupo e representante do Hinduísmo Hare Krishna.

Membro do Centro Cultural Ilê-Ifa, o maestro Roberto Casemiro, também defendeu a atuação com a juventude como forma de combater o preconceito. Na opinião de Casemiro, para muitos jovens, em especial os envolvidos em grupos que promovem o ódio, como os skinheads, falta conhecimento e falta cultura. “E quem não tem nem conhecimento, nem cultura, não tem respeito”.

Evangélico de confissão luterana, o pastor Carlos Mussukopf, acredita que a melhor maneira de evitar o preconceito é unindo as diferentes religiões entorno de objetivos e ideias comuns. “Devemos procurar o que nos une, o que nos unifique, o que nós temos em comum. E que a gente também saia da teoria, dos encontros de diálogo e passe para a prática. Existem tantos desafios na sociedade que nós vivemos que exigem uma ação unificada também das religiões. Vamos ver questão da população de rua, da natureza”, disse.


Fonte:
Terra Notícias em 22 de Janeiro de 2013

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

::: FIO DE CONTAS :::

  
::: CANDOMBLÉ :::    

  NAÇÃO KETU                 
FIOS DE CONTAS = Elekés

De acordo com a mitologia do Candomblé, o ritual da montagem, da lavagem e da entrega dos fios-de-contas constituem momentos fundamentais no ritual de iniciação dos filhos-de-santo, os quais, além de unidos, estão protegidos pelos orixás. Os colares de contas o identificam dentro da comunidade de santo, além de ser o objeto de ligação dos fiéis com seus Orixás. Ainda, acompanham e marcam a vida espiritual do fiel, desde os primeiros instantes da sua iniciação até às suas cerimónias fúnebres. As mudanças nos colares revelam o conhecimento adquirido pela pessoa e sua ascensão na hierarquia religiosa, e além de um objeto pleno de significados, ainda pode ser “lido”, identificando assim a raiz, o Orixá da cabeça e o tempo de iniciação, e os dados da vida espiritual de quem o usa. A quantidade de fios e cores das miçangas podem variar de uma nação para outra e ainda na correspondência de seus cargos.

ABIÃ (1o. Fio de Conta)
Primeiro patamar da hierarquia. O Abiã ainda não é iniciado, é um candidato à iniciação que já pode participar da vida cotidiana da comunidade-terreiro, contribuindo, com serviços domésticos, funções que lhe permitem tecer as primeiras observações que se tornarão conhecimentos. Ao Abiã só é permitido o uso de dois fios-de-contas simples de um fio só, um na cor branco leitoso que corresponde a Oxalá, de acordo com a nação e um na cor do Orixá da pessoa, quando já tenha sido identificado.

YAWO
No período da iniciação, o Iaô ou Yawo, além de fazer jus a uma pequena coleção com os Inhãs* dos orixás que participam de sua configuração espiritual, recebe algumas contas específicas que o identificam como tal, são elas:
- O MOCAM* (Cordão de palha da costa trançada cujos fechos são duas “vassourinhas” de palha; este cordão constitui um símbolo do Iaô e é, geralmente, preservado por toda vida)
- O QUELÊ* (O Quelê simboliza a ligação indissociável entre o orixá e o iniciado.)
- Os DELOGUNS* (Cada Iaô deve possuir, um Delogum do seu orixá principal e outro do orixá que o acompanha em segundo plano.
Nesta ocasião os fios irão “comer” junto com o “santo”, isto é, configurar-se-ão como verdadeiros campos de força. Após a obrigação de três anos, é comum ao ainda Iaô, já com alguma graduação, ser presenteado com alguma conta mais “enfeitada” adquirindo, com isto, o direito de criar para si colares com miçangas um pouco maiores e até alguns poucos corais, primando ainda pela discrição.

EGBOMI (Corruptela de egbon + mi = irmão mais velho)
Quando dá a obrigação de sete anos, o agora Egbomi adquire adornos que o identificam como tal são eles:
- O Humjebe*
- O Lagdbá*
- O Brajá*
- O Âbar
- O Monjoló
- Os corais, as contas africanas multicoloridas e o alabastro.
Mais do que isso, ganha a liberdade de criar os seus próprios fios, seja no tamanho das contas, na riqueza dos detalhes ou dos próprios materiais a utilizar (ouro, prata, etc.). O Egbomi já conhece os seus “fundamentos”, por isso ganha essa liberdade, mas ainda deve ser um exemplo para o Iaô, principalmente no que diz respeito ao manusear de sua própria liberdade e a adequação às situações, dentro e fora da comunidade, e também na confecção e utilização dos fios-de-contas que devem ser sempre um exercício da criatividade, mas também devem corresponder a uma estética própria do Candomblé que preserva através de seus objetos a sua própria história; inovações excessivas ferem a justa medida e tornam-se inadequadas, uma vez que os objectos são importantes instrumentos de apoio à manutenção da tradição oral.

TIPOS DE FIOS-DE-CONTAS

[*] YIAN/INHÃS:  Fios de uma só “perna”, isto é, o colar simples de um só fio de missangas cuja medida deve ir até a altura do umbigo.

[*] MOCAM: Cordão de palha da costa trançada cujos fechos são duas “vassourinhas” de palha; este cordão constitui um símbolo do Iaô e é, geralmente, preservado por toda vida. A palha da costa é utilizada ainda na confecção de quatro outras tranças que serão amarradas nos braços (recebe o nome de ICAM), na cintura (a UMBIGUEIRA) e no tornozelo, onde será acrescida de um guiso (o CHAORÔ), cuja função é sinalizar o lugar onde se encontra o Iaô através do barulho.

[*] QUELÊ: Gargantilha confeccionada com 8 fiadas de missangas, entremeadas de firmas, todas na cor do orixá que está a ser “feito”. O Quelê simboliza a ligação indissociável entre o orixá e o iniciado.

[*] DELOGUM: Colares feitos de 16 fiadas de missangas com um único fecho cuja medida, como os Inhãs, vai até à altura do umbigo. Cada Iaô deve possuir, normalmente, um Delogum do seu orixá principal e outro do orixá que o acompanha em segundo plano.

[*] BRAJÁ: longos fios montados de dois em dois, em pares opostos. Podem ser usados a tiracolo e cruzando o peito e as costas. É a simbologia da inter-relação do direito com esquerdo, masculino e feminino, passado e presente. Quem usa esse tipo de colar é um descendente dessa “união”.

[*] HUMGEBÊ/ RUNGEVE: Feito de missangas marrons, corais e seguis (um tipo de conta).

[*] LAGDIBÁ/ DILOGUM: Feito de fios múltiplos, em conjuntos de 7, 14 ou 21. São unidos por uma firma (conta cilíndrica).


AS CORES DOS FIOS-DE-CONTAS

EXÚ                 – Contas Pretas intercaladas com Contas Vermelhas ou contas Cinzas.
OGUM              – Contas Verde ou azul marinho
OXOSSI            – Contas Azul-turquesa
OMULU            – Contas Brancas Raiadas de Preto e Marrom
OXUMARE        – Contas verdes Raiadas de Amarelo
OSSAIM            – Contas Verdes rajadas de branco
IROKO             – Contas Verdes intercaladas com Contas marron
LOGUN EDE     – Contas Azul-turquesa intercaladas com Contas douradas.
OXUM              – Contas Douradas ou Contas de Âmbar
IEMANJÁ         – Contas Brancas translúcidas ou Contas de Cristal
IANSà            – Contas Marrom ou Contas de Coral.
OBÁ                – Cinco Contas Vermelho escuro intercalada com uma Conta Amarela, 
                         podem ser tipo cristal.
EWÁ               – Contas Vermelhas rajadas de amarelo
NANà            – Contas Brancas Rajadas de Azul marinho
XANGÔ           – Contas Vermelhas ou marron intercaladas com Contas Brancas
OXALÁ           – Contas Branco Leitoso.

Então, podemos citar que os FIOS-DE-CONTAS mais do que um adorno, é uma marca e uma fonte de Axé.


    NAÇÃO ANGOLA (NGOLA)      

Apesar das nações Ketu e Angola serem distintas em seus cultos, onde uma cultua Orixás a outra Nkisis, uma pratica o dialeto Yorubá a outra dos Bantus (kimbundo/ kikongo), muitos de seus rituais muito se parecem. 
O que se refere aos cordões podemos citar que:
- São colares normalmente feitos de miçangas coloridas de acordo com o Nkisi.
- Indicam o grau de iniciação de uma pessoa dentro Candomblé,
- Denominam a que nação pertence.
- Nunca é feito com fio de nylon e sim com cordonê para absorver a energia da Maianga, feito de folhas sagradas a que é submetido.
- Na hierarquia do Candomblé toda a pessoa que entra para a religião será uma Muzenza (iniciante - *Abiã) e assim permanecerá até sua iniciação, se tornando Mona Nkisi (*Yawo). 
- Ao Muzenza só é permitido o uso de tres fios-de-contas simples de um fio só, um na cor branco leitoso que corresponde a Lembá Dilê (*Oxalá), de acordo com a nação e um na cor do Nkisi (*Orixá) da pessoa, quando já tenha sido identificado e uma outra na cor do Nkisi do seu Tata D´Nzó (Orixá do Pai/Mãe de Santo da casa) dessa forma pode-se saber que a pessoa é uma Muzenza e qual é o seu Nkisi.
- Um Tat’etu Ndenge e uma Mam’etu Ndenge, (Pai ou Mãe pequena) usa diversos colares, com contas na cor dos Nkisis que já tem assentados e estas já podem ser intercaladas com corais ou firmas Africanas.
 
As Cores dos fios-de-contas de cada Nkisi:
Pambu Njila (*Exú) -
Contas preto intercaladas com contas vermelha.
Nkosi (*Ogum) - Conta azul forte, opaco.
Mutakalambô / Gongobila (*Oxossi) - Conta verde-turquesa.
Kaviungo (*Omulu) - Contas branca intercaladas de preto.
Kongoluande (*Obaluaye) - Contas vermelha, preto e branca.
Hongolo / Angoroméia (*Oxumaré) - Contas amarela raiadas de preto ou verde raiadas de amarelo.
Katendê (*Ossaim) - Contas verde entrelaçados com branco.
Kitembo (*Iroko) - Contas verde intercaladas com contas branca.
Dandalunda (*Oxum) - Contas douradas amarelo ouro.
Kaiaia (*Iemanjá) - Conta transparente.
Matamba / Bamburucema (Iansã) - Contas vermelhas.
Wunji (*Ibeji) - Contas de todas as cores, menos na cor preto.
Nzumbarandá (*Nanã) - Contas azul e branco (lilás ou roxo, é por idade).
Nzazi (*Xangô) - Contas vermelha intercaladas com contas branca.
Lembá Dilê / Nkassuté Lembá (*Oxalá) - Contas branco leitoso.

**Contas e cores destinadas aos Nkisis da Nação Angola, origem bantu congo.


::: UMBANDA :::
FIOS DE CONTAS = Colar ou Cordão de Santo/ Guias

São ritualisticamente preparadas, ou seja, imantadas, de acordo com a tônica vibracional de quem as irá utilizar (médium e entidade), e conforme o objetivo a que se destinam.

São compostas de certo número de elementos (contas de cristal ou louça, búzios, Lágrimas de Nossa Senhora, dentes, palha da costa, etc.), distribuídos em um fio (de Aço, Náilon ou fibra vegetal), obedecendo a uma numerologia e uma cromologia adequada; ou ainda, de acordo com as determinações de uma entidade em particular.

As contas de louça lembram, por sua composição, a mistura de água e barro, material usado para criar o mundo e os homens, por isso são as mais usadas.

Para que servem:
• Têm poder de elevação mental. Se utilizadas durante um trabalho espiritual, tem função de servir como ponto de atração e identificação da vibração principal e/ou falange em particular, atuante naquele trabalho, servindo assim como elemento facilitador da sintonia para o médium incorporado. Elas nos auxiliam em nossas incorporações, pois estas atraem a “energia” particular de cada entidade, captando e emitindo bons fluidos, formando assim, um círculo de vibrações benéficas ao redor do médium que as usa.

• Servem como pára-raios. Se há uma carga grande, ao invés desta carga chegar diretamente no médium, ela é descarregada nas guias, e se estas não agüentarem, arrebentam.

• Podem ser utilizadas pelo médium, para “puxar” uma determinada vibração, de forma a lhe proporcionar alivio em seus momentos de aflição.São colares feitos de miçangas coloridas representativas do orixá correspondente. São símbolos de um grande efeito mágico, quando cruzadas. As guias podem ser cruzadas com pemba ou amacy, ato oficiado pelo Pai de Santo ou por uma entidade espiritual deste.

Ao ser batizado na Umbanda, o filho de santo recebe a guia do Anjo da guarda ou de Oxalá. Ao fazer a primeira iniciação, recebe as guias do Pai e da Mãe e opcionalmente a guia do seu responsável (caboclo ou preto-velho). Após, conforme seu desenvolvimento, poderá ir recebendo as guias dos outros orixás, sempre em comum acordo com o Pai de Santo. Por ocasião da segunda iniciação, Pai ou Mãe Pequena, recebe a guia correspondente e, quando da terceira iniciação recebe a guia de Babalaorixá ou Ialorixá.

Nos reforços de 7, 14 e 21 anos de Babá, este recebe as guias correspondentes, ditadas pelo seu Pai de Santo no momento oportuno.

As guias devem ser tratadas pelos médiuns com todo carinho e o máximo de respeito pois elas representam o orixá e a segurança do médium.

Nenhuma pessoa estranha poderá tocar nelas e estas devem ser sempre limpas e guardadas no terreiro ou em algum lugar longe do alcance e visão dos curiosos. Lembre-se que as guias são objetos sagrados e como tal devem ser tratadas.

No ritual Almas e Angola cultuado conforme os preceitos ditados por Mãe Ida de Xangô e Pai Evaldo de Oxalá, os grandes baluartes deste segmento da Umbanda, as guias de sete fios são de uso exclusivo para os filhos de santo reforçados, ou seja, após o reforço de sete anos.

Cada casa possui seu ritual que deve ser feito para maior firmeza (acendendo uma vela, por exemplo) antes de montar a guia.

Para montar uma guia, deve-se estar em silêncio, com respeito. As contas, as miçangas, são enfiadas uma a uma no fio.

Toda guia deve ser fechada e cruzada pelo chefe de terreiro, seja pela Mãe/Pai de Santo ou pelos Guias Espirituais Chefes de seu terreiro. As guias podem ser cruzadas com pemba, ou com um amaci com as ervas do Orixá, ficando de molho por 3 dias e depois estão prontas.

Ter uma guia no pescoço, sem esta estar consagrada e imantada não representa nada, energeticamente falando, seria apenas mais um colar. Abaixo, os materiais, contas e cores principais dos Orixás e entidades:
  • Oxalá - Contas brancas (leitosa).
  • Oxossi - Contas verdes.
  • Xangô - Contas marrons.
  • Ogum - Contas vermelhas.
  • Yemanjá - Contas transparentes ou azul claras.
  • Oxum - Contas azul.
  • Yansã - Contas amarelas.
  • Nanã - Contas roxas.
  • Obaluayê - Contas pretas com contas brancas ou ainda pretas, brancas e vermelhas.
  • Pretos Velhos - Contas pretas com contas brancas, lágrimas de Nossa Senhora Sementes, cruzes, figas (arruda, guiné,etc.)
  • Crianças - Contas rosa e contas azuis, (podem incluir diversas cores), chupetas, etc.
  • Caboclos - Contas verdes (podem incluir outras cores), sementes, dentes, penas, etc...
  • Boiadeiros - Contas verdes (podem incluir outras cores), olho de boi, sementes, dentes, pedaços de couro, etc.
  • Marinheiro - Contas de cristal transparente ou leitosas, azuis, brancas.
  • Baianos - Idem aos boiadeiros e ainda contas alaranjadas.
  • Exu/Pombo Gira - Contas pretas com contas vermelhas; ou contas pretas com contas brancas; além de instrumentos de ferro, aço, etc.
  • Malandros - Contas vermelhas com contas brancas; além de instrumentos de ferro, aço, etc.
Normalmente as guias são confeccionadas seguindo um "padrão da Casa”.
Uma das formas é descrita a seguir:

Segue-se o seguinte padrão: Firma, conta, miçangas em número correspondente ao orixá, conta, firma. Depois seguimos com: conta, miçangas em número correspondente ao orixá, conta, miçangas em número correspondente ao orixá, conta, etc. Terminando com uma conta antes da firma inicial.
Por Exemplo:

Iansã (cujo número é 9):

[___]OoooooooooO[___]OoooooooooOoooooooooOoooooooooOoooooooooO


o = Miçangas. (o número correspondente ao orixá, entre uma e outra conta)

O = Conta

[___] = Firma.

Depois de colocada no pescoço a Guia deve alcançar até abaixo do umbigo.


CUIDADOS NO MANUSEIO DE USO
São elementos ritualísticos pessoais, individuais, devendo ser manipuladas e utilizadas somente pelo médium a quem se destinam.

Deve-se observar que cada indivíduo e cada ambiente, possuem um campo magnético e uma tônica vibracional própria e individual. A manipulação das guias por outras pessoas, ou ainda, seu uso, em ambientes ou situações negativas ou discordantes com o trabalho espiritual, fatalmente acarretará uma "contaminação" ou interferência vibracional.

O Pai/Mãe de Santo, Pai/Mãe Pequenos ou Ogâs podem eventualmente ceder sua guia para uso de algum médium durante uma sessão específica, caso o mesmo encontre-se sem sua própria guia.

Enquanto estamos usando as guias devemos observar algumas recomendações:
* Não se alimentar (exceto em ritual).
* Não ingerir bebidas alcoólicas (exceto em ritual).
* Não manter relação sexual.
* Não ir ao banheiro
* Não tomar banho.

Em qualquer destes casos, deve-se retirar a guia e guardar, ou entrega-la para o Pai/Mãe de Santo, Pai/Mãe Pequenos ou Ogâs para que tomem conta das mesmas.

Como vimos as guias são elementos ritualísticos muito sérios e como tal que devem ser respeitados e cuidados. Seu uso deve se restringir ao trabalho espiritual, ao ambiente cerimonial (terreiro) e aos momentos de extrema necessidade por parte do médium. Utilizar a guia em ambientes ou situações dissonantes com o trabalho espiritual, ou por mera vaidade e exibicionismo, é no mínimo um desrespeito para com a vibração a qual representam.

Um detalhe importante é de tempos em tempos, descarregarmos nossas guias com água do mar ou da chuva, e depois energizá-las com amaci, buscando sempre o aconselhamento de um dos dirigentes sobre como proceder.

  FONTES:

« O Candomblé – Religião de Resistência - por Maria Manuela 
« Umbanda - Espada de Ogum - Pai Emidio D'Ogum
« Pai Mutalengunzo - Angola Raiz Tombeicí


Nota: Deixamos claro, que cada casa tem sua maneira de proceder a montagem e ritual no que pode a vir ser diferente do descrito, mas nem por isso se classifica como errôneo.

Saravá à todos! 



 

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