sábado, 21 de dezembro de 2013
::: Lei do AXÉ - Oferendas Religiosas
Em solenidade no Palácio Prefeito Eduardo Paes do Rio de Janeiro, sanciona Lei do Axé que diferencia oferendas religiosas de lixo. A lei é de autoria do vereador Átila Alexandre Nunes e contou com o apoio de diversas organizações e líderes religiosos. Este é um exemplo a ser seguido, exemplo de respeito à diversidade e avanço contra a intolerância religiosa.
Abaixo segue vídeo da solenidade que aconteceu no Palácio da Cidade em Botafogo e que foi encerrada com uma linda homenagem à Iemanjá:
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
::: Ilê Oxumaré agora Patrimônio Cultural
Terreiro Ilê Axé Oxumaré e o Teatro Castro Alves
são tombados pelo Iphan
O maior teatro da Bahia e um dos primeiros terreiros de Candomblé de Salvador foram tombados como patrimônios artísticos e culturais na manhã de quarta-feira (27 de Novembro de 2013).
O Teatro Castro Alves é um dos equipamentos culturais mais frequentados do estado e um dos mais importantes teatros do país, além de ser um marco da arquitetura moderna brasileira.
O Terreiro Ilê Axé Oxumarê é considerado um dos mais antigos centros de culto afro-brasileiro da Bahia e possui grande reconhecimento social.
O terreiro, agora considerado patrimônio histórico, fica na avenida Vasco da Gama. A proteção é um reconhecimento da contribuição do povo africano, que trouxe e deixou no Brasil seu conhecimento, sua cultura, seu legado, como afirmou o Babá Pecê do terreiro, Silvanilton Encarnação da Mata.
Para o presidente da Fundação Palmares, Alexandre Reis, o tombamento reafirma o momento histórico de consolidação de políticas de ações afirmativas pelo poder público e sociedade na superação das desigualdades. Só na cidade de Salvador há mais de mil sedes de cultos afro-brasileiros.
Agora, são sete terreiros de candomblé protegidos pelo Iphan, sendo seis deles em Salvador. Os tombamentos reafirmam a postura de incluir na ideia de patrimônio cultural, todas as manifestações que contribuíram para a formação da identidade nacional ao longo dos séculos. “Toda a história e resistência de um povo, representada neste espaço, que é o Terreiro, foi reconhecida e agora é um bem cultural brasileiro, protegido“ celebrou a presidenta do Iphan, Jurema Machado.
Os outros terreiros já tombados pelo instituto são:
- Na Bahia, Salvador
- Casa Branca,
- Ilê Axé Opô Afonjá,
- Gantois,
- Alaketu
- Bate-folha,
- Casa das Minas Jejê
Fonte: CORREIO Bahia
terça-feira, 19 de novembro de 2013
::: VOCÊ SABIA ?! :::
VOCÊ SABIA?! Que desde o início deste ano de 2013, em todo o Distrito Federal, os Ogãs(ketu)/ Guardiões(Jurema)/ Tata Muxiki(Angola), que são àqueles que tocam instrumentos musicais de percussão e coordenam o ritmo em terreiros de religiões de matrizes africanas e indígenas são reconhecidos como músicos profissionais, podendo ter esse reconhecimento em registro?! A iniciativa é inédita no país. A reportagem foi exibida pelo canal TV Brasil. Para saber mais segue vídeo abaixo.
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
::: Como foi o XIV Alaindê Xirê 2013
“Iya iya o!
Bori ala
Keto Baba!
Dugbe dugbe Alado firo,
Iya ope l`aiye
Oh, Mãe, Mãe,
Cabeça que nos cobre
Com coisas boas!
Assim como Xangô imortaliza o relâmpago no ar.
Mãe, estaremos sempre gratos ao mundo por vossa existência.”
O XIV Alaindê Xirê – Seminário e Festival Internacional de Culturas
Africanas e Afro-brasileiras que ocorreu entre os dias 30/10 e
02/11/2013 no Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci, na cidade de Embu das
Artes em São Paulo contou com a presença de 350 pessoas ao longo dos quatro dias. Impossível descrever em palavras.
O seminário contou com a presença de pesquisadores e intelectuais de
Cuba, Moçambique, EUA, França, Nigéria e de várias universidades
brasileiras. Os debates percorreram os temas propostos, cultura,
educação, música, religiosidade, racismo, entre tantos outros assuntos
acerca das culturas negras da diáspora.
Também participaram autoridades públicas como o Sr. Chico Brito – Prefeito de Embu das Artes, bem como a Coordenadora de Igualdade Racial da cidade de Embu das Artes a Sr. Marisa Araújo, a Profa. Silvany Euclênio (Secretaria de Comunidades Tradicionais da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR – PR), o Sr. Américo Córdula (Secretário de Politicas Culturais do Ministério da Cultura do Brasil), o Sr. Valério Benfica (Representante Regional do Ministério da Cultura no Estado de São Paulo), Sra. Fátima Gazal e Sr. Márcio Santos (Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo), a Sra. Rocio Ortega (Senado Federal do Paraquay), entre dezenas de autoridades dos povos de matriz africana estiveram presentes.
Durante o seminário foram assinados listas para solicitação de patrimônio material e imaterial do Terreiro de Candomblé Santa Bárbara (o mais antigo que se tem noticias em São Paulo), o Santuário Nacional da Umbanda na cidade de Santo André e o próprio Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci.
Outra atividade importante foi a Roda de Conversa sobre o I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, coordenado pela SEPPIR,
com a presença de importantes lideranças religiosas, políticas e
acadêmicas que discorreu sobre o conjunto de políticas públicas que
buscam a garantia de direitos, a proteção do patrimônio cultural e da
tradição africana no Brasil. Além do enfrentamento à extrema pobreza com
ações emergenciais e de fomento à inclusão social produtiva e
Desenvolvimento Sustentável.
A alimentação – almoço, jantar e cafés – preparados pela equipe do Ilê Afro Brasileiro Odé Lorecy e a pequena livraria também foram pontos fortes do evento, foram vendidos, a preço de custo, cerca de 85 livros, além dos lançamentos: Obàtálá e a Criação do Mundo Yorùbá de Luiz L. Marins e Ensaios sobre raça, gênero e sexualidades no Brasil de Jocélio Teles dos Santos.
Nas apresentações culturais o DJ Eduardo Brechó surpreendeu a todos com uma lista de músicas inspiradas nas culturas negras. No outro dia foi a vez do impecável Samba de Roda de Nega Duda.
Fonte: KultAfro
domingo, 13 de outubro de 2013
::: Nota de Falecimento
::: ALDEIA EM LUTO :::
AOS FILHOS E AMIGOS ...
É com muita tristeza que comunicamos o falecimento de nossa filha e grande amiga, D. Maria Valéria Finardi, ocorrido no dia 12 de Outubro. Deixamos aqui nossa homenagem e gratidão! Agradecemos pelo tempo doado, pela dedicação, pelos sorrisos, pela grande companhia. Sempre estará em nossos corações!
"Aqueles que amamos nunca morrem,
Apenas partem antes de nós!"
(Amado Nervo)
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
::: Obrigação 21 Anos Mam'etu Kayalodomin
O "Inzo Musambu Kaitumba" uá Mam'etu Kayalodomin
jidandu Ndangi Angola uá
"Inzo Musambu Hongolo Menha"
Convidam para
KITUMINU KIA MAKUINIARI NI MOXI MA MIVU
ni Mam'etu Kayalodomin
(Obrigação de 21 anos mam'etu Kayalodomin)
Dia 12/10/2013 - 19:00 h
Saída de Kayaya
Dia 19/10/2013 - 19:00 h
Saída de Nkosi
Rua Quinze no.167 - Campina Grande - Campinas/ SP - Fone: (19) 3261.1853
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
::: Iyagunã Exemplo de Determinação
::: Mulher Negra Iyalorisá defende
dissertação aos 72 anos :::
A Iyalorisá Iyagunã Dalzira Maria Aparecida se alfabetizou com 13 anos. Em função da falta de oportunidades educacionais e por questões de trabalho conseguiu concluir o Ensino Fundamental somente aos 33 anos (1974).
Em 1990, aos 49 anos voltou a estudar, cursou Educação de Jovens e Adultos (EJA) e concluiu o Ensino Médio. Em 2003, aos 63 anos, foi aprovada no Curso de Relações Internacionais e concluiu a graduação aos 68 anos tendo pesquisado a influência africana em Cuba, Brasil e Argentina. Em 2011, aos 70 anos ingressou no curso de Mestrado em Tecnologia e Trabalho na Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Agora aos 72 anos, a Iyalorisá do Templo Religioso Ilê Asé Ojogbo Ogum, defenderá sua dissertação de mestrado que tem o título: “Templo religioso, natureza e os avanços tecnológicos: os saberes do candomblé na contemporaneidade”, pelo Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). De acordo com a Iyalorisá o objetivo da pesquisa foi o de “analisar o impacto do processo de urbanização e das tecnologias de informação e comunicação, em particular a internet, sobre os terreiros de Candomblé e os saberes constituídos nesses espaços de ritos e conhecimentos tradicionais de matriz africana”, conta.
Em 1979, Dalzira ingressou na militância do Movimento Negro, já em nível nacional, no Grupo de União e Consciência Negra (GRUCON), ainda na época da ditadura militar. Foi neste momento que ela começou a enxergar com mais nitidez a problemática dos negros e o racismo. Contribuiu posteriormente para a criação de várias organizações negras no Paraná, e por isso se tornou ícone na reorganização do Movimento Negro do Estado sendo reconhecida como uma das maiores lideranças negras do Paraná.
A Iyá, como carinhosamente é conhecida, foi ainda delegada, representando o Brasil na Conferência Mundial de Combate ao Racismo e a Discriminação, que aconteceu em Durban na África do Sul, em 2001.
O evento acadêmico acontecerá no dia 23 de setembro, às 14h30, na UTFPR, Avenida Sete de Setembro, 3.165, em Curitiba, Sala C, 301.
Contato com a Mestranda Iyagunã Dalzira Maria Aparecida:
(41) 3014 8904
Texto por: Marcilene Garcia de Souza
Fonte.....: Geledés Instituto da Mulher Negra
::: XIV Alaiandê Xirê em SÃO PAULO
::: XIV ALAIANDÊ XIRÊ - 2013 em São Paulo :::
Seminário e Festival Internacional de Culturas Africanas e Afro-brasileiras de 30/10 à 02/11/2013
O Alaiandê Xirê – Festival Nacional de Alabês, Xicarangomas e Runtós
foi criado pelo Ogã e Babalorixá Roberval Marinho e pela Agbeni Xangô
Cléo Martins, membros do Ilê Axé Opô Afonjá – BA, sendo realizado
anualmente desde 1998 e seu patrono é o orixá Xangô. Tem por objetivo
debater questões diversas sobre os povos e comunidades tradicionais de
matriz africana com ênfase naquelas relacionadas aos músicos sagrados
dos candomblés de todas as nações. O encontro já foi realizado na Bahia, Recife e Brasília unindo
membros dos candomblés e reconhecidos intelectuais e acadêmicos de
inúmeras universidades do Brasil e do exterior. Neste ano, o orixá
homenageado será Logunedé, patrono do terreiro Ilê Afro Brasileiro Odé
Loreci onde se realizará o encontro e contará com o apoio organizacional
do Instituto Alaiandê Xirê, CERNe (Centro de Estudos das Religiosidades
Contemporâneas e das Culturais Negras) do Departamento de Antropologia
da Universidade de São Paulo, Àgò Lònà Associação Cultural e Prefeitura de Embu das Artes.
Tema: "Origens, Tradições e Continuidades – Desafios da cultura afro-americana no século XXI”
Data: 30/10 – 02/11/2013
Local: Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci
Rua Monte Alegre, 126 – Jardim Pinheiros
Embu das Artes – SP
Instituto Alaiandê Xirê
- Presidente: Roberval José Marinho (Lojutogun do Ilê Axé Opô Afonjá,
doutor em Artes pela USP e professor da UCB)
- Vice-presidente: Rita
Virgínia Rodrigues do Rio (Omorogba do Ilê Axé Opô Afonjá).
Comissão Organizadora do XIV Alaiandê Xirê (São Paulo)
- Baba Ògúndáre (Anfitrião, sacerdote do Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci)
- Vagner Gonçalves da Silva (Prof. no Departamento de Antropologia da USP, Coordenador do CERNe)
- Aulo Barretti Filho (Presidente e pesquisador da Funaculty e Bàbálórìsà Kétu (BA) reafricanizado (SP)
- Rosenilton Oliveira (Doutorando em Antropologia - USP)
- Marcelo Mendes Chaves (Mestre em Artes - USP)
- Pedro Neto (Àgò Lònà
Associação Cultural, membro do Núcleo de Relações Raciais, Memória,
Identidade e Imaginário do PEPG da PUC – SP e membro titular do
Colegiado Setorial de Culturas Afro-Brasileiras do CNPC-Minc)
::: PROGRAMAÇÃO :::
30/10 - Quarta-feira
20h – Mesa de Abertura
Fala das autoridades, parceiros e apoiadores:
Roberval Marinho (Presidente do Alaiandê Xirê)
Baba Ògúndáre (Anfitrião, sacerdote do Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci)
Aulo Barretti Filho (Comissão Organizadora)
Vagner Gonçalves da Silva (Comissão Organizadora)
Coordenação: Marcelo Mendes (Mestre em Artes - USP)
21h – Xirê
Terno de Alabês do Ilê Axé Opô Afonjá e da Casa Branca do Engenho Velho (Salvador - BA)
22h – Coquetel/Ajeum
Discotecagem com o DJ Eduardo Brechó (ritmos afro-brasileiros)
31/10 - Quinta-feira
9:30 as 10:30 h - Mesa 1 – Logunedé – Entre o Rio e a Floresta
Bàbá Ògúndáre (Bàbálórìsà do Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci - SP)
Omoriyeba Silifatu Lasisi*
Mopelola Osunfumike Oladejo*
(*Sacerdotisas responsáveis pelo culto de Logunéde em Ibadan na Nigéria)
Coordenação: Vagner Gonçalves da Silva (USP – SP)
Esta mesa visa discutir a presença de Logunedé na tradição africana e
afro-brasileira. De que forma suas origens e ressignificações
brasileiras podem contribuir para a continuidade da cultura negra.
11h as 12:30 h - Mesa 2 – Religiões no espaço público
Rachel Rua Baptista Bakke (USP – SP)
Bàbá Paulo César Pereira de Oliveira (Centro Cultural Orunmilá – Ribeirão Preto/SP)
Coordenação: Teresinha Bernardo (PUC – SP)
Esta mesa visa promover uma reflexão sobre a presença dos valores
culturais e religiosos afro-brasileiros fora dos templos. Ao mesmo tempo
em que estas religiões são atacadas elas também ganham visibilidade na
mídia (novelas que abordam o tema, por exemplo) e em outros espaços
públicos. A implementação da lei 10.639/2003 que obriga o ensino de
história africana e cultura afro-brasileira e indígena tem promovido
muita polêmica, sobretudo quando se fala das religiosidades de origem
africana que ainda são vistas com muito preconceito.
13 as 14:30 h - Almoço
14:30 as 16:00 hs - Mesa 3 - Convivência inter-religiosa
Vagner Gonçalves da Silva (CERNe/USP)
Aulo Barretti Filho (Pesquisador da Funaculty e Bàbálórìsà Kétu)
Ekede Ogunladê
Coordenação: Milton Bortoleto (CERNe/USP)
Esta mesa visa promover uma reflexão sobre o crescente processo de
intolerância religiosa verificado em todo o Brasil e promovido,
sobretudo, pelas denominações neopentecostais contra as religiões
afro-brasileiras. Também falaremos das transformações positivas que esse
processo acarretou entre os quais a maior aproximação das tradições
afro-brasileiras entre si, rompendo muitas vezes rivalidades históricas
(entre a umbanda e o candomblé, por exemplo), a formação de movimentos
de conscientização e de reações aos ataques (como processos impetrados
na justiça denunciado os crimes relacionados à intolerância e
descriminação religiosa).
16:30 as 18:00 hs - Mesa 4 – O sistema oracular de Ifá: suas trajetórias e implicações
Ayoade Kazeem Adeleke (Babalaô nigeriano)
Tomás Fernández Robaina (Investigador y Professor Titular Biblioteca Nacional de Cuba)
Bàbá Ògúndáre (Bàbálórìsà do Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci)
Coordenação: Rosenilton Silva de Oliveira (CERNe/NAU-USP)
Esta mesa visa promover uma reflexão sobre o sistema oracular de Ifá,
um dos principais meios de ensino, aprendizado e organização das
religiões afro-americanas. Este sistema apresenta o principal corpus
sobre a cosmologia, cosmogonia, valores religiosos etc. que embasam a
prática do culto aos orixás na África e em sua diáspora pelo mundo.
Neste sentido, pretende-se avaliar as diferentes escolas ou tradições de
Ifá desenvolvidas ao longo das duas margens do Atlântico Negro
(principalmente em países como Nigéria, Cuba e Brasil) e o modo pelo
qual a crescente divulgação e prática deste oráculo impacta o
desenvolvimento do culto aos orixás nos moldes praticados pelas
tradições afro-americanas.
19 as 20 h - Jantar
20:30 as 21:30 hs - Atividade Cultural
Nega Duda e o Samba de Roda do Recôncavo da Bahia
01/11 - Sexta-feira
9:30 as 11:00 h - Mesa 5 – Religião e Políticas Públicas: Cultura e Patrimônio
Convidados a confirmar.
Coordenação: Rosenilton Silva de Oliveira (CERNe/NAU-USP)
Esta mesa visa promover uma reflexão sobre as relações entre as
comunidades de terreiro e a sociedade mais ampla. Como se sabe entre as
várias políticas públicas adotadas pelos governos, sobretudo dos últimos
20 anos, estão o atendimento às demandas das comunidades negras em
torno de melhoria das condições de vida, relacionadas à saúde, à
visibilidade social, ao combate à discriminação sócio racial etc. Com
isso, as comunidades de terreiro têm sido fortemente chamadas a atuar
como agentes políticos por ser importantes centros de construção de
identidade voltados à memória e pratica de valores cognitivos de origem
africana. Tombamentos de terreiro e de manifestações culturais de
influência religiosa têm mostrado a presença e importância destas
comunidades neste processo.
11:00 as 12:30 h - Mesa 6 - Religião e Artes
Marcelo Mendes (USP)
Dilma de Melo e Silva (USP)
Coordenação: Roberval Marinho (UCB)
Esta mesa visa promover uma reflexão sobre a importância das
religiões afro-brasileiras na construção da identidade nacional por meio
da produção artística. Como se sabe, essa religiosidade influenciou
fortemente a música popular brasileira (com gêneros musicais como o
samba), as manifestações festivas nacionais (como o carnaval, maracatus,
afoxés, festas de largo), a literatura (sendo Jorge Amado seu grande
divulgador), o cinema e as artes visuais, entre outros campos.
13:00 as 14:30 h - Almoço
14:00 h - Abertura do Festival
Toque de Ogum, Oxóssi, Xangô, Logunedé e Oxun.
- Terno de Alabês do Ilê Axé Opô Afonjá e da Casa Branca do Engenho Velho (Salvador - BA)
15h – 1ª Apresentações das delegações de tocadores (Alabês, Xicarangomas e Huntós)
- Terno de Muxiki N`Goma do Nzo Tumbansi Twa Nzaambi Ngana Kavungu (Itapecerica da Serra – SP) com Taata Kwa Nkisi Katuvanjesi
- Terno de Huntós da Casa das Minas de Thoya Jarina (Diadema – SP) com Nochê Sandra de Xadantã
18 h - “O Dobra Couro” (Homenagem aos religiosos falecidos)
- Hayde Bangbose (Terreiro Pilão de Prata - BA)
- Cidália de Iroko (Terreiro do Gantois - BA)
- Manode de Iansã (Terreiro de Candomblé de Santa Bárbara - SP)
- Waldemiro Baiano (Terreiro SP-RJ)
- Toy Francelino de Xapanã (Casa de Mina de Thoya Jarina - SP)
- Jorge de Iemanjá (Casa de Iemanjá - MA)
- Zefinha de Oxum (Terreiro de Oxum Mitaladê - SP)
- Persio de Xangô (SP)
- José Flavio Pessoa de Barros (RJ)
- José Carlos de Ibualamo (SP)
- Caio de Xangô (Axé Ilê Oba - SP)
- Doda de Ossaim (SP)
19:00 as 20:00 h - Jantar
20:00 hs - Atividades Culturais
Lançamento de livros, trabalhos, CDs, DVDs e outros materiais religiosos.
Lançamento do livro: Obàtálá e a Criação do Mundo Yorùbá de Luiz L. Marins
02/11 – Sábado
10 as 12 h - Roda de Conversa – I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana
Silvany Euclênio (Secretaria de Comunidades Tradicionais SEPPIR PR)
Kota Mulanji Mona Kelembeketa - Regina Nogueira (Médica e Coordenadora de Saúde da População Negra de Embu das Artes)
O plano foi construído com base no Plano Plurianual (PPA 2012-2015) e
reúne um conjunto de políticas públicas que buscam a garantia de
direitos, a proteção do patrimônio cultural e da tradição africana no
Brasil. Além do enfrentamento à extrema pobreza com ações emergenciais e
de fomento à inclusão social produtiva e Desenvolvimento Sustentável.
A SEPPIR coordena o grupo de trabalho responsável pela execução,
monitoramento e revisão do plano e que agrega os Ministérios do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Meio Ambiente, Saúde, Educação,
Cultura, Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República, Fundação Cultural Palmares,
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
12 as 13 h - Almoço
13 as 16 h - 2ª Apresentação das delegações de músicos
- Terno de Alabês do Ilê Axé Omo Oxê Igba Aladan (São Paulo – SP) com Bàbálórìsà Toninho d'Oxum
- Terno de Xikarangomas do Manzo Nkisi Musambu (Carapicuíba – SP) com Taata Taua e Négua Buraji
16h às 17 h - Atividades Culturais
17 h às 18 h- Mesa de Passagem da Bandeira do Alaiandê Xirê
Entrega de troféu Alaiandê Xirê
Ritual de passagem da Bandeira do Alaiandê Xirê para a Instituição que irá sediá-lo em 2014
(por Nice da Casa Branca – Iyalare do Alaiandê)
19h - Jantar de Encerramento
Mais informações:
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sexta-feira, 13 de setembro de 2013
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
::: Mãe Stella na Academia de Letras - BA
ÓKÉ ARÓ - Outdoor colado em Salvador em comemoração a posse da Ialorixá Mãe Stella de Oxóssi que ocupará a cadeira de número 33.
A Yalorixá Stella de Oxóssi, a Mãe Stella que comanda o terreiro do Ilê Axé Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, será empossada como a mais nova integrante da Academia de Letras da Bahia, em cerimônia que acontece no próximo dia 12 de setembro, às 20h, na sede da entidade, no Palacete Góes Calmon (Nazaré).
Mãe Stella ocupará a cadeira de número 33, cujo patrono é o poeta Castro Alves e que teve como último ocupante o historiador Ubiratan Castro de Araújo. A saudação à nova acadêmica será feita pela escritora Myriam Fraga.
Stella de Oxóssi, Maria Stella de Azevedo Santos, é graduada em enfermagem e nasceu em 1925, em Salvador. Ela é a quinta yalorixá a ocupar o comando do Opô Afonjá, que foi fundado em 1910. É autora de diversas obras sobre o Candomblé e também de ficção infanto-juvenil inspirada em lendas e contos africanos, como o livro Epé-Laiyé – Terra Viva, que conta a história de uma árvore que ganha pernas e segue em uma jornada para conscientizar as pessoas para a preservação do meio ambiente. A yalorixá também escreveu Owé – Provérbios, Osósí – O caçador de alegrias e Meu tempo é agora, entre outros.
Fonte:
- Instituto Maria Preta : http://www.mariapreta.org
domingo, 8 de setembro de 2013
::: Crime e Preconceito em Favelas
Mães e filhos de santo são expulsos de favelas
por traficantes evangélicos
A roupa branca no varal era o único indício da religião da filha de
santo, que, até 2010, morava no Morro do Amor, no Complexo do Lins.
Iniciada no candomblé em 2005, ela logo soube que deveria esconder sua
fé: os traficantes da favela, frequentadores de igrejas evangélicas, não
toleravam a “macumba”. Terreiros, roupas brancas e adereços que
denunciassem a crença já haviam sido proibidos, há pelo menos cinco
anos, em todo o morro. Por isso, ela saía da favela rumo a seu terreiro,
na Zona Oeste, sempre com roupas comuns. O vestido branco ia na bolsa.
Um dia, por descuido, deixou a “roupa de santo” no varal. Na semana
seguinte, saía da favela, expulsa pelos bandidos, para não mais voltar.
—
Não dava mais para suportar as ameaças. Lá, ser do candomblé é
proibido. Não existem mais terreiros e quem pratica a religião, o faz de
modo clandestino — conta a filha de santo, que se mudou para a Zona
Oeste.
A situação da mulher não é um ponto fora da curva: já há
registros na Associação de Proteção dos Amigos e Adeptos do Culto Afro
Brasileiro e Espírita de pelo menos 40 pais e mães de santo expulsos de
favelas da Zona Norte pelo tráfico. Em alguns locais, como no Lins e na
Serrinha, em Madureira, além do fechamento dos terreiros também foi
determinada a proibição do uso de colares afro e roupas brancas. De
acordo com quatro pais de santo ouvidos pelo EXTRA, que passaram pela
situação, o motivo das expulsões é o mesmo: a conversão dos chefes do
tráfico a denominações evangélicas.
Atabaques proibidos na Pavuna
A
intolerância religiosa não é exclusividade de uma facção criminosa.
Distante 13km do Lins e ocupada por um grupo rival, o Parque Colúmbia,
na Pavuna, convive com a mesma realidade: a expulsão dos terreiros,
acompanhados de perto pelo crescimento de igrejas evangélicas.
Desinformada sobre as “regras locais”, uma mãe de santo tentou fundar,
ali, seu terreiro. Logo, recebeu a visita do presidente da associação de
moradores que a alertou: atabaques e despachos eram proibidos ali.
—Tive que sair fugida, porque tentei permanecer, só com consultas. Eles não gostaram — afirma.
A
situação já é do conhecimento de pelo menos um órgão do governo: o
Conselho Estadual de Direitos do Negro (Cedine), empossado pelo próprio
governador. O presidente do órgão, Roberto dos Santos, admite que já
foram encaminhadas denúncias ao Cedine:
— Já temos informações
desse tipo. Mas a intolerância armada só pode ser vencida com a chegada
do estado a esses locais, com as UPPs.
O deputado estadual Átila
Nunes (PSL) fez um pedido formal, na última sexta-feira, para que a
Secretaria de Segurança investigue os casos.
— Não se trata de
disputa religiosa mas, sim, econômica. Líderes evangélicos não querem
perder parte de seus rebanhos para outras religiões, e fazem a cabeça
dos bandidos — afirma.
Nas favelas, os ‘guerreiros de Deus’
Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, chefe do tráfico no Morro do Dendê, ostenta, no antebraço direito, a tatuagem com o nome de Jesus Cristo. Pela casa, Bíblias por todos os lados. Já em seus domínios, reina o preconceito: enquanto os muros da favela foram preenchidos por dizeres bíblicos, os dez terreiros que funcionavam no local deixaram de existir. Guarabu passou a frequentar a Assembleia de Deus Ministério Monte Sinai em 2006 e se converteu. A partir daí, quem andasse de branco pela favela era “convidado a sair”. Os pais de santo que ainda vivem no local não praticam mais a religião.
A situação
se repete na Serrinha, ocupada pela mesma facção. No último dia 22,
bandidos passaram a madrugada cobrindo imagens de santos nos muros da
favela. Sobre a tinta fresca, agora lê-se: “Só Jesus salva”.
O
babalaô Ivanir dos Santos, representante da Comissão de Combate à
Intolerância Religiosa (CCIR), criada justamente após casos de
intolerância contra religiões afro-brasileiras em 2006, afirma que os
casos serão discutido pelo grupo, que vai pressionar o governo e o
Ministério Público para que a segurança do locais seja garantida e os
responsáveis pelo ato sejam punidos. “Essas pessoas são criminosas e
devem ser punidas. Cercear a fé é crime”, diz o pai de santo.
Lei mais severa
Desde novembro de 2008, a Polícia Civil considera como crimes inafiançáveis invasões a templos e agressões a religiosos de qualquer credo a Lei Caó. A partir de então, passou a vigorar no sistema das delegacias do estado a Lei 7.716/89, que determina que crimes de intolerância religiosa passem a ser respondidos em Varas Criminais e não mais nos Juizados Especiais. Atualmente, o crime não prescreve e a pena vai de um a três anos de detenção.
Filha de santo, que foi expulsa do Lins: ‘Não suportava mais fingir ser o que não era’.
—
Me iniciei no candomblé em 2005. A partir de minha iniciação, comecei a
ter problemas com os traficantes do Complexo do Lins. Quando cheguei à
favela de cabeça raspada, por conta da iniciação, eles viravam o rosto
quando eu passava. Com o tempo, as demostrações de intolerância
aumentaram. Quando saía da favela vestida de branco, para ir ao terreiro
que frequento, eles reclamavam. Um dia, um deles veio até a minha casa e
disse que eu estava proibida de circular pela favela com aquelas
“roupas do demônio”. As ameaças chegaram ao ponto de proibirem que eu
pendurasse as roupas brancas no varal. Se eu desrespeitasse, seria
expulsa de lá. No fim de 2010, dei um basta nisso. Não suportava mais
fingir ser o que eu não era e saí de lá.
Mãe de santo há 30 anos, expulsa da Pavuna: ‘Disseram que quem mandava ali era o ‘Exército de Jesus”.
—
Comprei, em 2009, um terreno no Parque Colúmbia, na Pavuna. No local,.
não havia nada. Mas eu queria fundar um terreiro ali e comecei a
construir. No início, só fazia consulta, jogava búzios e recebia
pessoas. Não fazia festas nem sessões. Não andava de branco pelas ruas
nem tocava atabaque, para não chamar a atenção. Um dia, o presidente da
associação de moradores foi até o local e disse que o tráfico havia
ordenado que eu parasse com a “macumba”. Ali, quem mandava na época era a
facção de Acari. Já era mais de santo há 30 anos e não acreditei
naquilo. Fui até a boca de fumo tentar argumentar. Dei de cara com
vários bandidos com fuzis, que disseram que ali quem mandava era o
“Exército de Jesus”. Disse que tinha acabado de comprar o terreno e que
não iria incomodar ninguém. Dias depois, cheguei ao terreiro e vi uma
placa escrito “Vende-se” na porta — eles tomaram o terreno e o puseram a
venda. Não podia fazer nada. Vendi o terreno o mais rapidamente
possível por R$ 2 mil e fui arrumar outro lugar.
Fonte: O Globo RIO
Publicada em : 07/09/2013 - 16:00
sábado, 7 de setembro de 2013
::: DIGA SIM à PL 7447
::: DIGA SIM aos DIREITOS dos
POVOS e COMUNIDADES TRADICIONAIS! :::
POVOS e COMUNIDADES TRADICIONAIS! :::
Campanha nacional pela aprovação do Projeto de Lei 7447 (PL7447)
Aconteceu no dia 06 de setembro de 2013, no Auditório Paulo Kobayashi, na Assembléia Legislativa de São Paulo, a audiência pública pela aprovação do PL 7447, tendo como discussão os direitos dos povos e comunidades tradicionais, ou seja, as comunidades tracionais de terreiros, comunidades indígenas, comunidades quilombolas, comunidades ciganas, etc... Com a presença de vários representantes, gostariamos de destacar a presença de nosso sacerdote de culto Pai Michaell D'XAngô que compareceu à sessão e a nossa Nengua dia Nkisi Dango (Mãe Dango) que compôs a mesa juntamente com a deputada Leci Brandão, Tata Boni, (comunidade tracional de terreiros), Sr. Daniel (comunidade cigana), Deputado Federal Luiz Alberto (BA - criador do projeto), entre outros representantes. Ainda, agradecemos à todos que pronto atenderam ao convite...N'tondele (Obrigado)!
Kandandu!
(Abraços!)
Mais sobre a PL7447 : Clique Aqui
Assine petição pública: Clique Aqui
Abaixo fotos do evento:
Kandandu!
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